Economia

Governo propõe salário mínimo sem aumento real

Meta fiscal para o ano que vem prevê rombo de até 247 bilhões de reais, conforme projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

Paulo Guedes e Jair Bolsonaro. Foto: Sergio Lima/AFP
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O governo de Jair Bolsonaro propôs ao Congresso Nacional fixar o salário mínimo de 2021 em 1.088 reais, conforme previsão do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), encaminhada nesta terça-feira 15 aos parlamentares. O valor não representa um aumento real na comparação com o piso atual, de 1.045 reais.

A estimativa do governo de reajuste do salário mínimo considera a projeção do Ministério da Economia para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2020, que é de 4,11%.

Entre 2011 e 2019, vigorou o reajuste real do piso, ou seja, sempre acima da inflação. O aumento era calculado pela inflação do anterior mais o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

No projeto da LDO, o governo também propõe uma meta fiscal com rombo de até 247 bilhões de reais em 2021. O Congresso marcou para esta quarta-feira 16 uma sessão para votar a lei.

Na primeira proposta para a LDO, enviada ao Congresso no início da pandemia do novo coronavírus, o governo propôs uma meta flexível e variável de déficit primário para o ano que vem. Em outubro, porém, o Tribunal de Contas da União (TCU) alertou a gestão Bolsonaro quanto à ausência de uma meta fixa.

No último dia 3, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também criticou o governo pela ideia apresentada em abril. “O que está me deixando impressionado é essa coisa de meta flexível que o Paulo Guedes está inventando”, declarou Maia.

“A meta de primário definida em valor nominal sempre foi a opção adequada, porém, em abril, não foi possível adotá-la pelas razões já expostas. Neste momento, no entanto, o cenário para 2021 está mais previsível e permite retorno à prática tradicional da meta nominal fixa”, diz o novo texto do governo sobre a meta fiscal para 2021.

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