Economia
Gasolina ficou mais cara nesta semana, confirma ANP; governo Lula critica o aumento
O Ministério da Justiça não descarta abrir investigações sobre postos que reajustaram os preços de combustíveis no início de 2023


A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis atestou que o preço médio da gasolina comum subiu 3,2% nos postos brasileiros na primeira semana de janeiro. A informação foi divulgada nesta sexta-feira 6.
Segundo a ANP, o preço médio do litro saltou de 4,96 na semana passada para 5,12 reais. O preço médio do diesel foi de 6,25 para 6,41 reais, enquanto o do etanol subiu de 3,87 para 4,01 reais.
Logo após tomar posse, no domingo 1º, o presidente Lula (PT) assinou uma medida provisória que prorroga a desoneração de combustíveis no País. A desoneração dos tributos federais PIS e Cofins valerá até o fim de fevereiro para gasolina, etanol, querosene de aviação e gás natural veicular. O corte permanecerá em vigor até o fim deste ano para diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo.
Por isso, o governo entende não haver razão para o reajuste. Na última quarta-feira 4, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, não descartou abrir investigações sobre postos que aumentaram os preços de combustíveis no início deste ano. A gestão Lula, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor, já notificou entidades do setor.
Dino afirmou que o regime de livre mercado não significa um “liberou geral” e está sujeito a regras, inclusive ao Código de Defesa do Consumidor.
Na terça 3, o Secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, declarou que se até o final de semana os preços não voltassem ao estágio anterior, as entidades seriam convocadas a Brasília “para se explicar”. Ele ainda disse haver “sanções a vista”.
Diante desse cenário, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica decidiu apurar o aumento nos postos. A medida foi autorizada na quarta 4 pelo superintendente-geral do órgão, Alexandre Barreto de Souza.
Souza atendeu a um pedido do presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, e determinou que a apuração aconteça no âmbito de um inquérito administrativo já em andamento, cujo objeto também está relacionado à venda de combustíveis no País.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

O novo recado de Luciano Hang, dono das lojas Havan, ao governo Lula
Por CartaCapital
Presidente do Congresso elogia discurso de Lula na 1ª reunião ministerial
Por CartaCapital
Divergências no governo, relação com o Congresso e ‘recados’: o discurso de Lula na 1ª reunião ministerial
Por CartaCapital