Eletrobras planeja reajustar em 708% os gastos com a remuneração de seus administradores

A administração da Eletrobras propôs um gasto superior a 88,1 milhões de reais com o pagamento a integrantes da Diretoria-Executiva, do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e dos Comitês Estatutários de Assessoramento ao Conselho de Administração. O plano será submetido à analise da 63ª Assembleia-Geral Ordinária da empresa, marcada para 27 de abril.

O montante supera em 708% os 10,9 milhões de reais gastos com a remuneração das áreas em 2022.

Ao justificar a proposta, a empresa informa que até 17 de junho de 2022 a estratégia de remuneração dos administradores era definida somente pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais. Após a privatização, alega o documento, “o modelo de remuneração da administração anteriormente vigente mostrou-se ainda mais defasado, implicando o risco de perda de talentos e dificuldade de atração de novos“.

A Eletrobras sustenta que os “patamares remuneratórios” pretendidos estariam “alinhados a empresas de porte e contexto similar, consubstanciados em incentivos de curto e longo prazo”. Diz, ainda, que o modelo apresentado “visa à solidificação de uma cultura meritocrática, capaz de reter e premiar talentos, e estruturada, para assegurar pleno alinhamento entre os interesses dos administradores da Companhia e de seus acionistas”.

A privatização da Eletrobras foi concluída em junho de 2022. A criação da estatal foi proposta em 1954 pelo então presidente Getúlio Vargas. O projeto foi aprovado sete anos depois.

A empresa apresentou um prejuízo líquido de 479 milhões de reais no último trimestre de 2022, resultado bem inferior ao lucro líquido registrado no mesmo período de 2021, de 610 milhões de reais. A informação consta do documento Informe aos Investidores 4T 2022, divulgado em 14 de março.

O resultado anual foi de lucro líquido de quase 3,64 milhões de reais, cifra 36% inferior à obtida em 2021, no montante de 5,71 milhões de reais.