Economia
Dólar cai pelo terceiro dia consecutivo; entenda os motivos da queda
Explicação está ligada à inflação nos EUA, que veio abaixo do esperado pelo mercado financeiro; queda no índice no Brasil também ajudou no recuo da moeda
O dólar caiu, nesta quinta-feira 13, pelo terceiro dia consecutivo. Comercializado a 4,90 reais nesta manhã, a moeda chegou a operar em 4,89 reais em determinado momento.
Para chegar aos 4,90 reais o dólar caiu 0,74% na cotação registrada ao meio dia desta quinta-feira. No acumulado do mês a queda é de 2,51%. No ano, o recuo da moeda é de 6,36%.
Na quarta-feira, os valores já surpreendiam o mercado. Pela primeira vez desde junho de 2022 o dólar foi comercializado a menos de 5 reais. Na mínima do dia, a moeda operou em 4,94 reais.
Entenda a queda
A explicação principal para o movimento é a inflação dos Estados Unidos, que veio abaixo do esperado pelo mercado financeiro. Na quarta-feira, o índice de preços ao consumidor – CPI, na sigla em inglês – subiu 0,1%, quando todas as projeções indicavam uma alta de 0,2%. O índice é o principal monitor da inflação no País. No acumulado dos últimos 12 meses, o CPI é de 5% ou 0,2% abaixo do esperado.
A expectativa atual no País é de que o Federal Reserve (Fed) possa interromper o aperto monetário no País e anunciar, em breve, uma queda nos juros. A projeção positiva – sinalizada pela última ata divulgada pela instituição – impacta diretamente no mercado.
No País, uma queda do índice de preços ao produtor – PPI, na sigla em inglês – também ajuda nas projeções positivas. Em março, o índice teve forte desaceleração, com queda de 0,5% em relação a fevereiro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira 13 pelo Departamento do Trabalho.
O movimento de desaceleração da inflação brasileira, registrado pelo IBGE na terça-feira, também vem sendo considerado como um fator de motivação para a queda por integrantes do mercado. O País, em março, teve uma inflação de 0,71%, abaixo do mês anterior. No acumulado dos últimos 12 meses é o menor dos últimos dois anos.
Assim como nos Estados Unidos, há quem trabalhe com uma possível queda nos juros aqui no Brasil. O Banco Central, porém, não tem sinalizado que fará o ajuste antes da aprovação do novo arcabouço fiscal, elogiado pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Publicamente ele tem dito que, apesar da queda na inflação, as pressões previstas pelo banco permanecem. Ele cita ainda, em um comunicado, que o componente de demanda da inflação no Brasil segue “relativamente forte”.
O dólar, vale ainda registrar, foi objeto principal do discurso de Lula (PT) na posse de Dilma Rousseff no Banco dos Brics. Por lá, o presidente brasileiro defendeu que a transação entre os países atendidos pelo Nova Banco do Desenvolvimento (NBD) sejam feitas em outra moeda que não a norte-americana. Ele também fez duras críticas ao Fundo Monetário Internacional, alegando que ele faz, de forma incompatível com sua função, com que governantes “trabalhem com a faca na garganta”.
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