Economia

Desemprego cai, mas ainda atinge 14 milhões de brasileiros, diz IBGE

Com mais trabalhadores informais, a taxa de desocupados registrou uma leve queda no segundo trimestre do ano

Foto: Mauro Pimentel/AFP
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A taxa de desemprego no Brasil registrou uma leve queda no segundo trimestre do ano, finalizado em julho de 2021, segundo aponta o IBGE. No registro divulgado nesta quinta-feira 30, o índice passou de 14,7% para 13,7% no período. O País, no entanto, segue com mais de 14 milhões de pessoas desocupadas, no período anterior, eram 14,8 milhões, maior nível desde 2012.

Já entre as pessoas ocupadas, o índice passou dos 50% pela primeira vez em 2021, chegando a 50,2%. No período anterior, a taxa era de 48,5%, alta, portanto, de 1,7 pontos percentuais. Em números totais, o Brasil tem atualmente 3,1 milhões de pessoas ocupadas a mais do que tinha no trimestre anterior, chegando a 89 milhões de empregados.

Os desalentados, pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, somam 5,4 milhões. O volume representa uma redução de 10% no trimestre fechado em julho, em relação ao trimestre encerrado em abril.

Alta entre os informais

O instituto ainda registrou um aumento no trabalho informal no Brasil. No primeiro trimestre do ano esse índice era de 39,8%, atualmente o montante é de 40,8%. O aumento é puxado pelo crescimento de trabalhadores por conta própria sem CNPJ, que chegou a 25,2 milhões de pessoas, recorde na série histórica do IBGE. Somam-se ainda os 10,3 milhões de empregados sem carteira assinada, indicando alta de 6% ante aos três meses anteriores.

Segundo o instituto, a alta entre os trabalhadores informais fez também com que o índice de ocupação subisse no último trimestre. Ao todo 89 milhões estão ocupadas no País, crescimento de 3,6% ou 3,1 milhões de trabalhadores em números absolutos.

“Essa [trabalho informal] é a forma de inserção na ocupação que mais vem crescendo nos últimos trimestres na PNAD Contínua, embora o trabalho com carteira assinada comece a ter resultados mais favoráveis”, destaca a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Em um ano, a população ocupada cresceu 7 milhões no país. Especialistas do instituto, no entanto, destacam que o índice ainda está distante dos patamares aferidos na pré-pandemia.

“Embora tenha havido um crescimento sucessivo ao longo dos trimestres, mostrando recuperação da ocupação, a população ocupada segue inferior ao período pré-pandemia em cerca de 5,0 milhões de pessoas”, diz Beringuy.

Como destacado pela analista, o emprego com carteira assinada também contribuiu, ainda que em menor escala, para o crescimento. Esta parcela, de acordo com o instituto, ganhou mais 1 milhão de pessoas no trimestre encerrado em comparação com o anterior. Na comparação anual, é o primeiro aumento no emprego com carteira desde janeiro de 2020.

Trabalho doméstico tem alta de 16,1% em apenas um ano

O número de trabalhadores domésticos no País já soma 5,3 milhões de pessoas, o que representa uma alta de 7,7% em comparação ao trimestre anterior e 16,1% frente ao mesmo período do ano anterior. As expansões trimestral e anual foram as maiores em toda a série histórica.

Renda dos trabalhadores caiu quase 3% em apenas um trimestre

Mesmo com o crescimento da população ocupada no trimestre fechado em julho, o rendimento médio real dos trabalhadores recuou 2,9% frente ao trimestre anterior, passando a ser de 2.508 reais mensais. Se comparado ao mesmo período do ano anterior, a redução é de 8,8%, quando era de 2.750 reais.

“Temos mais pessoas ocupadas, no entanto, com rendimentos menores. A despeito de um crescimento tão importante da população ocupada, a massa de crescimento não acompanha a expansão, a população ocupada está sendo remunerada com rendimentos menores”, constata a analista.

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