Economia

Deputado do PT defende ampliar via MP o poder de voto do governo na Eletrobras

A União, porém, debate o assunto no Supremo Tribunal Federal

O deputado Bohn Gass (PT-RS). Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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O deputado Bohn Gass (PT-RS) tenta ampliar via medida provisória o poder de voto da União nas decisões da Eletrobras, privatizada em 2022. Ele protocolou em 16 de abril uma sugestão de emenda à MP assinada pelo presidente Lula (PT) para permitir investimento em geração de energia sustentável e reduzir reajustes anuais nas contas de luz até 2026.

A lei que autorizou a venda da Eletrobras impediu que um acionista exerça poder de voto superior a 10% da quantidade de ações. A avaliação de Bohn Gass é que o governo federal foi prejudicado pela norma, uma vez que detém cerca de 43% das ações ordinárias.

“A política de desmonte da Eletrobras privada tem reflexo direto na política energética brasileira e a União, como poder concedente, precisa manter o conhecimento dos seus trabalhadores para que possa reconstruir nosso sistema elétrico”, argumenta o deputado.

Ele defende suprimir da lei os dispositivos que limitam a 10% o poder de voto de um acionista. É, no entanto, improvável que a emenda prospere, uma vez que ela teria de ser chancelada pela maioria da Câmara e do Senado.

Apesar do movimento de Bohn Gass, o governo discute o tema no Supremo Tribunal Federal. No início de abril, o ministro Kassio Nunes Marques prorrogou por 90 dias a tentativa de conciliação entre a Advocacia-Geral da União e a Eletrobras.

A AGU também defende declarar a inconstitucionalidade parcial da lei, a fim de que as normas restritivas somente “se apliquem ao direito de voto referente a ações adquiridas após a desestatização da Eletrobras”.

Em uma manifestação apresentada em agosto de 2023, a Procuradoria-Geral da República deu razão ao governo, mas recomendou a abertura de uma tentativa de conciliação entre as partes, em busca de um consenso.

Ao acolher o pedido da Advocacia-Geral pela prorrogação do prazo para conciliação, Kassio citou “a envergadura dos preceitos fundamentais discutidos, a relevância estratégica da Eletrobras para o sistema elétrico nacional e o elevado investimento público em jogo”.

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