Economia
CVM sinaliza possibilidade de delação premiada para envolvidos na fraude da Americanas
Em CPI, o presidente da autarquia disse querer ‘encorajar’ a colaboração
O presidente da Comissão de Valores Mobiliários, João Pedro Barroso do Nascimento, sinalizou a possibilidade de agentes econômicos envolvidos na fraude da Americanas fazerem acordos de delação premiada.
Nascimento participa nesta terça-feira 20 da CPI aberta para investigar o caso.
“Queria encorajar todos os agentes econômicos que tenham participado das irregularidades do caso Americanas a fazerem colaborações com a CVM, porque certamente os senhores serão identificados”, disse. “Realizando autodenúncias e contribuindo com delações premiadas, na certeza de que esse comportamento será enxergado com bons olhos pela autarquia.”
No depoimento, Nascimento ainda classificou o caso como “lamentável e gravíssimo” e afirmou existirem indícios de manipulação informacional, o que poderia configurar crime contra o mercado de capitais.
Ele ainda destacou que a CVM já abriu vinte procedimentos administrativos para analisar a fraude nos últimos cinco meses.
“Além das anunciadas inconsistências contábeis, houve reconhecimento da prática de fraude da própria companhia na semana passada. Há indícios de manipulação informacional. Caso esses indícios venham a se comprovar, estaremos diante de crime contra mercados de capitais.”
Além do depoimento, os parlamentares devem votar requerimentos de convocação e de quebra de sigilo. Os pedidos solicitam que a diretora financeira da Americanas, Camille Loyo Faria, e Carlos Eduardo Padilha, diretor financeiro entre 2018 a 2021, prestem esclarecimentos à CPI.
Também devem ser analisados os requerimentos que pedem para a varejista encaminhar informações sobre auditorias externas e solicitam que a CVM compartilhe cópias de todos os processos administrativos sobre o caso.
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