CVM abre processo para investigar declaração de Bolsonaro sobre a Petrobras

Novamente, o presidente prometeu, sem dizer como, diminuir o preço do combustível da empresa

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu um novo procedimento investigativo para apurar as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a política de preços da Petrobras. Com esse, já são três os processos envolvendo o anúncio de alteração de preços da empresa e o presidente em pouco mais de um mês. 

A investigação está relacionada com a declaração do presidente no último domingo, 5, que afirmava que haveria redução nos preços praticados dos combustíveis nessa semana. 

Tais afirmações repercutem no mercado de ações, em que a companhia estatal possui papeis, podendo elevar ou reduzir os valores dos títulos a partir de especulações. 

Em entrevista ao site Poder360, o presidente disse que a Petrobras anunciaria uma série de redução de preços dos combustíveis. No entanto, não informou quais seria o novo valor, nem quando ocorreria tal redução.

“A gente anuncia agora, esta semana, pequenas reduções, a princípio toda semana, do preço dos combustíveis”, afirmou.

À Comissão, a Petrobras informou ainda não haver uma decisão sobre a redução de preços. 


No procedimento, a CVM deve apurar o cumprimento das regras que regulam a divulgação de notícias, fatos relevantes e comunicados por empresas com ações negociadas em bolsa. 

Em outubro, a CVM já havia aberto outro procedimento para investigar as declarações do presidente sobre a privatização da companhia. As falas de Bolsonaro impactaram fortemente as negociais de ações da companhia na Bolsa de Valores de São Paulo. 

Após a repercussão, o Ministério da Economia contradisse o presidente, afirmando não haver ainda estudos sobre a privatização da Petrobras. 

No mesmo mês, uma nova investigações foi aberta após Bolsonaro indicar mudanças no preço dos combustíveis praticados pela companhia estatal. 

A Petrobras nega que tenha repassado a informação de reajustes ao Planalto. 

Bolsonaro ainda é investigado em outros processos na CVM. Entre eles um que analisa as declarações do presidente no início do ano, quando demitiu o então presidente da companhia, Roberto Castello Branco pelas redes sociais.

A repercussão da demissão foi extremamente negativa para a empresa. A interferência política na Petrobras não agradou os investidores e a companhia perdeu, em apenas um dia, cerca de 102 milhões em valor de mercado. 

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