Economia
Contas do governo registram déficit de R$ 35,9 bilhões em julho
Para 2023, a gestão federal tem autorização para contabilizar um rombo de até 231,5 bilhões de reais


A Secretaria do Tesouro Nacional infomou nesta quarta-feira 30 que as contas do governo federal registraram um déficit primário de 35,9 bilhões de reais em julho.
O déficit ocorre quando a arrecadação fica abaixo dos gastos, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública.
O registro de julho representa o pior resultado para o mês desde 2020, quando as contas somaram um rombo de 109,6 bilhões de reais. Também é o segundo pior na série histórica corrigida pela inflação, iniciada em 1997.
Ainda de acordo com o Tesouro, há um déficit de 78,2 bilhões de reais no acumulado dos sete primeiros meses de 2023. Para este ano, o governo tem autorização para contabilizar um rombo de até 231,5 bilhões de reais, conforme a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Nos primeiros sete meses do ano, as receitas líquidas do governo foram de 1,09 trilhão de reais, uma queda de 5,3% em relação ao mesmo período de 2022.
Segundo o subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal do Tesouro, David Rebelo Athayde, o recuo se deve a receitas não recorrentes, ligadas a concessões, royalties e PIS/Cofins, devido à queda no preço do petróleo.
Já as despesas totais somaram 1,35 trilhão de reais, com crescimento de 8,7% ante janeiro a julho de 2022. Os benefícios previdenciários, com 32,9 bilhões de reais, marcam a principal variação.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Haddad confirma que Orçamento prevê déficit zero nas contas em 2024
Por CartaCapital
Prefeitos fazem greve contra queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios
Por Wendal Carmo
Câmara aprova urgência para votar projeto que prorroga desoneração da folha de pagamentos
Por Victor Ohana