Conselho da Petrobras aprova venda de refinaria a US$ 1,65 bilhão

Refinaria Landulpho Alves está sendo negociada abaixo do seu valor real, aponta estudo

A Refinaria de petróleo Landulpho Alves. Foto: Divulgação

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A Petrobras informou, nesta quarta-feira 24, que seu Conselho de Administração aprovou a venda da refinaria Landulpho Alves, na Bahia, por 1,65 bilhão de dólares para a Mubadala Capital, de Abu Dhabi. A refinaria é a primeira entre oito que estão em processo de venda, segundo a estatal.

 

 

Primeira refinaria do Brasil, a Landulpho Alves foi fundada em 1950 e está localizada na cidade de São Francisco do Conde. Sua capacidade de processamento é de 333 mil barris por dia, equivalente a 14% da capacidade total de refino de petróleo no Brasil.

Seus ativos, também vendidos, incluem quatro terminais de armazenamento e um conjunto de oleodutos que interligam a refinaria e os terminais, com 669 quilômetros de extensão.


Os desinvestimentos na refinaria começaram em maio de 2019. Com a conclusão da venda, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse, em tom de comemoração, que é o “começo do fim de um monopólio numa economia ainda com monopólios em várias atividades”.

“O desinvestimento da RLAM contribui para a melhoria da alocação de capital, redução do ainda elevado endividamento e para iniciar um processo de redução de riscos de intervenções políticas na precificação de combustíveis, que tantos prejuízos causaram para a Petrobras e para a própria economia brasileira”, afirmou. “A transação satisfaz sem dúvida os melhores interesses dos acionistas da Petrobras e do Brasil.”

O negócio, no entanto, foi fechado a preço de banana, segundo a Federação Única dos Petroleiros, com base em estudo do Instituto Nacional de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis. Para o Ineep, a refinaria vale pelo menos 3 bilhões de dólares.

Nesta quarta-feira 24, a FUP divulgou uma nota em que defende a abertura de investigação pelo Ministério Público Federal sobre o processo de venda da refinaria.

“O que Roberto Castello Branco está ganhando com isso?”, indaga a nota. “É muito estranha a atitude do atual presidente da Petrobras de querer consumar a venda da refinaria, a preço de banana, e às pressas, a menos de 20 dias para a sua substituição do comando da empresa.”

 

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