Economia

Campos Neto prevê uma piora na expectativa de inflação após reajustes da Petrobras

O presidente do Banco Central afirmou nesta terça que o impacto da gasolina no IPCA ‘é direto’

Campos Neto prevê uma piora na expectativa de inflação após reajustes da Petrobras
Campos Neto prevê uma piora na expectativa de inflação após reajustes da Petrobras
O presidente do BC, Roberto Campos Neto. FotoL Albari Rosa/AEN/GOVPR e Edilson Rodrigues/Ag. Câmara
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira 15 que o anúncio da Petrobras sobre o reajuste nos preços da gasolina e do diesel levará a uma deterioração nas expectativas do mercado financeiro a respeito da inflação.

A partir desta quarta 16, o litro da gasolina vendido às distribuidoras terá uma alta de 41 centavos e chegará a 2,93 reais. Já o preço do diesel será de 3,80 reais, um reajuste de 78 centavos.

“A gente provavelmente vai ter revisões (nas projeções de inflação) com o reajuste de hoje. O impacto do diesel é indireto, na cadeia, mas o impacto da gasolina é direto no IPCA”, disse Campos Neto em evento promovido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo.

O IPCA, que mede a inflação oficial, ficou em 0,12% em julho. A taxa esteve acima das observadas no mês anterior (-0,08%) e em julho de 2022 (-0,68%), segundo dados do IBGE.

Com o resultado, a inflação oficial é de 2,99% no ano. Em 12 meses, a taxa acumula alta de 3,99%.

Na agenda da FPE, Campos Neto ainda sugeriu que o mercado vê com “descrença” os compromissos assumidos pelo governo Lula para equilibrar as contas públicas.

“Parte da descrença de que vamos atingir as metas é porque precisaria de uma arrecadação muito grande para o governo atingir”, prosseguiu.

Com o novo arcabouço fiscal, a substituir o teto de gastos de Michel Temer, o governo projeta zerar em 2024 o déficit das contas públicas – ou seja, o saldo entre receitas e despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida.

O sucesso da empreitada, porém, depende de um aumento na arrecadação que, segundo especialistas, teria de ultrapassar os 100 bilhões de reais neste semestre.

No início de agosto, o Comitê de Política Monetária do Banco Central cortou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros do País: de 13,75% para 13,25% ao ano. Foi o primeiro recuo da Selic desde agosto de 2020.

O BC afirmou ainda que, a se confirmar o cenário esperado, é possível prever “redução de mesma magnitude nas próximas reuniões”.

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