Economia

Abril tem saldo positivo no emprego. No ano, demissões superam admissões

No mês passado foram criadas 59.856 vagas com carteira assinada segundo dados do Ministério do Trabalho

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O Brasil fechou o mês de abril com saldo positivo no mercado formal de trabalho. No mês passado foram criados 59.856 novos postos de trabalho com carteira assinada, resultado de 1.141.850 admissões e 1.081.994 desligamentos de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na terça-feira 16 pelo Ministério do Trabalho. O dado chega um dia depois do Banco Central anunciar um crescimento de 1,1% da economia no primeiro trimestre.

Abril foi o segundo mês de 2017 em que houve geração de empregos formais, uma vez que foram geradas  35.612 vagas fevereiro, o primeiro saldo positivo em dois anos. Em março, porém, 63.624 postos de trabalho foram fechados. Em abril do ano passado, o mercado de trabalho formal tinha registrado a perda de 62.844 postos de trabalho.

Apesar do resultado positivo de abril, no período de janeiro a abril o saldo ainda é negativo, com o fechamento de 933 vagas com carteira assinada no país. Mesmo negativo, esse foi o melhor resultado para este período desde 2014 – quando 458 mil vagas formais foram abertas. Nos quatro primeiros meses de 2015 e de 2016 o saldo foi negativo em 137 mil e 358 mil vagas, respectivamente.

No período de doze meses encerado em abril foi registrada a demissão de 969.896 trabalhadores com carteira assinada. Com isso, o total de trabalhadores empregados no País, com carteira assinada, somou 38,31 milhões de pessoas em abril deste ano, contra 39,28 milhões no mesmo mês do ano passado.

IBGE

O dado divulgado pelo Ministério do Trabalho inclui os empregos formais e tem como base as informações fornecidas pelas empresas contratantes. Dado mais fiel para retratar o comportamento do mercado de trabalho – pois inclui também o mercado informal e é feito com base em pesquisa por amostragem, considerando as pessoas que procuram por emprego – é a estatística do IBGE, que deve ser anunciada no fim do mês de maio.

No primeiro trimestre de 2017, último dado disponível, o número de pessoas sem trabalho no Brasil chegou a 14,2 milhões de pessoas, um contingente 27,8% maior que o registrado há um ano e 14,9% superior ao apurado de outubro a dezembro de 2017.

Com isso, o desemprego atingiu 13,7% da população ativa no primeiro trimestre deste ano, taxa 2,8 ponto porcentual maior que a registrada no mesmo período do ano passado e 1,7 ponto superior à apurada entre outubro e dezembro de 2016.

Quando se observa o comportamento do mercado formal, os números apontam para direção semelhante à do mercado de trabalho como um todo. O número de empregados com carteira assinada somou 33,4 milhões de pessoas janeiro a março de 2017, queda de 3,5% ante o mesmo período do ano passado e de 1,8% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. É o menor número de pessoas com carteira assinada já observado pelo IBGE desde o início desta pesquisa, em janeiro de 2012.

O forte encolhimento do mercado formal não significou, no entanto, a migração desses trabalhadores para o empreendedorismo. A categoria dos trabalhadores por conta própria, calculada em 22,1 milhões de pessoas, ficou estável em relação ao trimestre anterior e retraiu em 4,6% na comparação com os dados de um ano atrás.

A deterioração do mercado de trabalho brasileiro é o principal argumento do governo para o avanço de medidas que retiram direitos dos trabalhadores e flexibilizam as relações de trabalho. A reforma trabalhista foi aprovada na Câmara dos Deputados na quarta-feira 26 e segue para o Senado.

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