Economia

Brasil deve fazer parte da Opep+ como observador, sem aderir às cotas, diz presidente da Petrobras

Jean Paul Prates indica que decisão sobre a adesão do País deve acontecer em junho do ano que vem

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Foto: Tomaz Silva/ABR
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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, indicou que a participação do Brasil na ala expandida da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) deverá se restringir a cooperação e observação. Com isso, o País não participaria do sistema de cotas de produção. A declaração foi concedida nesta sexta-feira 1º à agência Reuters

“Eles chamam outros países que não têm direito a voto e não são impostas cotas a esses países. Jamais participaríamos de uma entidade que estabelece cota para o Brasil, ainda mais com o apoio da Petrobras, que é uma empresa aberta no mercado e não pode ter cota”, avaliou o executivo.

Na última quinta-feira 30, um comunicado do grupo confirmou que o Brasil foi convidado a integrar a Opep+. Os países participantes tomam decisões que balizam o volume de petróleo comercializado globalmente, a exemplo de restrições na produção. 

O sistema de cotas ao qual Prates faz referência é base das decisões do grupo. Avaliando as flutuações de demanda e preço de petróleo, cada país-membro pode estabelecer a quantidade máxima de petróleo que produzirá por dia, o que é chamado de “cota”. A Arábia Saudita, um dos principais integrantes do grupo, vem restringindo a produção desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Na declaração de hoje, o presidente da Petrobras acrescentou que o Brasil ainda analisará os mecanismos de funcionamento da coalizão. Segundo ele, a decisão sobre a entrada ou não na Opep+ deve ser tomada em junho de 2024.

“Em junho, vai ter outra reunião onde aí, certamente, em Viena, o Brasil vai levar e dizer ‘olha, eu topo participar, estou dentro’. E, aí, passar a participar das reuniões como uma espécie de membro observador”, disse Prates.

Apesar de o governo ser o principal acionista, a Petrobras é uma empresa de economia mista. Devido à fórmula societária, a União não tem, a princípio, o poder de determinar que a empresa produza mais ou menos petróleo. 

O convite à entrada do Brasil no grupo faz parte de um processo de expansão iniciado nos últimos anos. 

A Opep continua a ser a principal instância de influência nas elevações e nas quedas do preço do petróleo – os países do grupo respondem por cerca de 60% das exportações mundiais -, mas os incentivos recentes à transição energética (defendida pelo Brasil) colocam em dúvida a manutenção do poderio do petróleo como commodity nas próximas décadas.

Atualmente, o Brasil é o maior produtor de petróleo da América do Sul. Segundo dados de setembro, o País produziu cerca de 4,66 milhões de barris de óleo (petróleo e gás) por dia.

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