Economia
Brasil criou 241 mil empregos com carteira assinada em fevereiro, segundo o Caged
Apesar do número ter ficado acima das expectativas, a queda é 31,6% em comparação a fevereiro do ano passado; salário médio dos empregos formais é de 1,9 mil reais


O Brasil abriu 241.785 vagas formais de trabalho no mês de fevereiro, segundo dados publicados na quarta-feira 29 pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O saldo positivo é resultado de 1,95 milhão de admissões em postos formais de trabalho contra 1,70 milhão de desligamentos.
Em relação ao mês de fevereiro de 2022, a queda foi de 31,6% (naquele mês, o saldo foi de mais de 350 mil empregos). Por outro lado, o resultado foi acima do esperado pelo mercado. As agências Reuters e a XP, por exemplo, projetavam 161 mil e 170 mil empregos para fevereiro deste ano, por exemplo.
Segundo o Caged, 42,7 milhões de pessoas trabalham com carteira assinada no país. O número representa um acréscimo de 0,57% em relação a janeiro deste ano. Todas as cinco regiões do país registraram aumento na criação de empregos formais, com liderança do Sudeste, que criou cerca de 110 mil postos de trabalho no mês. De acordo com o próprio Caged, o setor de serviços liderou a geração de empregos no período, tendo criado 164 mil postos de trabalho.
De todas as vagas de trabalho formal criadas no mês, a maioria (152,2 mil) se refere a empregos com remuneração entre 1 e 1,5 salário mínimo. Em matéria de nível educacional, a maior parte dos empregos (146,1 mil) foi para pessoas que possuem até o ensino médio completo.
No mês de fevereiro, a remuneração média dos empregos criados foi de 1.978,12, o que representa uma queda real (já descontada a inflação) de 54,14 reais para os salários referentes aos empregos criados no mês de janeiro deste ano.
Vale destacar que os números do Caged se referem a vagas com carteira assinada, a partir de informações obtidas diretamente com as empresas. Diferentemente da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad) Contínua, o Caged não revela dados do mercado informal. Desse modo, os números apresentados refletem parcialmente o panorama do mercado de trabalho brasileiro.
Os dados recentes da Pnad Contínua mostraram que, atualmente, 13,1 milhões de pessoas trabalham no setor privado do país sem carteira assinada, enquanto 25,3 milhões trabalham por conta própria.
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