Economia

Bolsonaro demite Silva e Luna da Petrobras e indica o substituto

O governo ainda apontou para a presidência do conselho de administração da estatal Rodolfo Landim, presidente do Flamengo

Foto: Agência Brasil
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O governo de Jair Bolsonaro confirmou, na noite desta segunda-feira 28, a demissão de Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras. Para o lugar do general, que permaneceu menos de um ano no cargo, foi indicado o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires. As informações foram chanceladas pelo Ministério de Minas e Energia.

A gestão federal ainda indicou para a presidência do conselho de administração da estatal Rodolfo Landim, que também ocupa o posto de presidente do Flamengo.

A oficialização das mudanças, porém, só deve ocorrer em abril, durante uma assembleia. Nela, Pires e Landim terão de receber a aprovação da maioria, o que não representa qualquer dificuldade para a União. O presidente da Petrobras tem, obrigatoriamente, de compor o conselho de administração.

A decisão de sacar Silva e Luna se assemelha à que demitiu do cargo Roberto Castello Branco, no ano passado. Em ambos os casos, Bolsonaro não escondeu divergências com a estatal sobre a política de preços dos combustíveis – a Petrobras transfere para o consumidor interno os custos do barril de petróleo no mercado internacional e da cotação do dólar.

Os problemas na relação entre o ex-capitão e o general da Petrobras se intensificaram no início de março, quando a empresa comunicou um mega-aumento de 18% na gasolina, 25% no diesel e 16% no gás de cozinha vendido às distribuidoras.

Segundo o presidente da República, a Petrobras poderia ter esperado mais um dia para fazer o anúncio, uma vez que o governo publicou no mesmo dia, no Diário Oficial da União, um projeto que muda regras na cobrança do ICMS com a promessa de reduzir os preços.

“O reajuste da Petrobras não é de responsabilidade nossa, é exclusiva da Petrobras”, disse Bolsonaro em 15 de março. “Por um dia, se a Petrobras tivesse esperado, teríamos apenas um aumento de 30 centavos no preço do diesel, e não um pouco mais de 90 centavos. A gente espera que a Petrobras acompanhe a queda de preços lá fora. Com toda a certeza ela fará isso daí.”

Na semana passada, o preço máximo da gasolina vendida no Brasil chegou perto de 9 reais, de acordo com pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo. O preço máximo encontrado nas bombas chegou a 8,949 na Bahia – é o maior preço já registrado pela ANP.

Foi a terceira semana seguida em que os preços máximos no País ficaram acima dos 8 reais.  Na semana retrasada, o maior valor verificado foi de 8,399 por litro, no Rio de Janeiro.

De forma geral, o preço médio do litro da gasolina apresentou leve queda, de 7,267 há duas semanas para 7,210. Interrompeu, desta forma, três semanas seguidas de alta. Ainda assim, no ano, a gasolina acumula alta superior a 10%. O diesel, por sua vez, caiu de 6,654 para 6,564, após quatro semanas consecutivas de aumento. Desde janeiro, a alta chega a cerca de 24%.

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