Bolsa no Brasil despenca mais de 12% em dia de mercado caótico no mundo

Depois de atingir uma queda de 10%, foi acionado o 'circuit breaker', que leva à suspensão do pregão

(Foto: Agência Brasil)

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*Atualizada às 17h15

O mercado financeiro está sob colapso após a Bolsa brasileira iniciar o dia em queda de mais de 10%. Após ultrapassar esse patamar, foi acionando o ‘circuit breaker’, que leva à suspensão do pregão por meia hora. É a primeira vez que isso acontece desde o episódio conhecido como Joesley Day, em maio de 2017;.

Após a pausa de 30 minutos, o Ibovespa retomou as negociações. Por volta das 16h20, o índice cai 12,2%, a 85.995 pontos, menor patamar desde dezembro de 2018.

O dólar seguiu o mesmo efeito e iniciou o dia batendo recorde de valor, chegando a R$4,79. Segundo especialistas da área, a queda apaga todo o ganho do mercado de ações desde o início do governo de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019.

O petróleo e o coronavírus

O dia é um caos no mercado financeiro mundial. Isso se deve ao avanço do coronavírus, que vem paralisando países fundamentais com China, e a queda do petróleo desta segunda-feira 09, que após 29 anos atingiu 30%.


Na semana passada, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderada pela Arábia Saudita, e seus sócios, liderados pela Rússia, não alcançaram um acordo para reduzir a produção e apoiar os preços, em um contexto de queda da demanda provocada pelo coronavírus.

Após o fracasso das negociações, a Arábia Saudita decidiu no domingo adotar o maior corte dos preços do barril em 20 anos, o que provocou uma tempestade nos mercados.

Em Riad, a Bolsa operava em queda de mais de 9% nesta segunda-feira, enquanto as ações da petroleira nacional Aramco recuavam 10%.

Ao mesmo tempo, as Bolsas europeias iniciaram a segunda-feira com quedas de até 12%. O desabamento do preço do petróleo pode ter outras consequências, de acordo com os analistas.

“A queda de 30% do preço do petróleo não tem precedentes e está provocando uma grande onda de choque nos mercados financeiros”, disse Margaret Yang, analista da CMC Markets.

De acordo com a agência Bloomberg, a Arábia Saudita cortou entre 4 e 6 dólares o preço de seus barris para entrega em abril destinados à Ásia e em 7 dólares os destinados aos Estados Unidos.

A empresa Aramco reduziu o preço do barril de Arabian Light a um valor sem precedentes de 10,25 dólares, segundo a agência.

 

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