Economia

Bilionários brasileiros ficam 34 bilhões de dólares mais ricos na pandemia, diz Oxfam

Houve uma escalada de patrimônio de US$ 123,1 bilhões, em março, para US$ 157,1 bilhões em julho

O neoliberalismo, ainda mais em um país como o Brasil, aniquila (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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“A trajetória do vírus é uma fotografia das profundas desigualdades do país.”, diz o novo relatório da organização Oxfam, que identificou, durante a pandemia de coronavírus, um crescimento de US$ 34 bilhões nas fortunas dos bilionários brasileiros.

O documento foi divulgado nesta segunda-feira 27 e mapeou os valores de acordo com a lista de bilionários da Forbes, publicada anualmente e com atualização em tempo real.

Foram comparadas as riquezas líquidas dos ricos latinos entre 18 de março e 12 de julho de 2020. O Brasil tem 42 bilionários que tiveram uma escalada no patrimônio de US$ 123,1 bilhões de março para US$ 157,1 bilhões em julho, diz a Oxfam.

No cenário da América Latina, houve um incremento de US$ 48,2 bilhões desde março, o que equivale a um terço do total dos pacotes de estímulo de todos os países da região, segundo contabilizado pela ONG.

Mesmo com o forte abalo financeiro das bolsas de valores no mês de março, o que gerou um impacto no “portfólio de ativos financeiros” da elite, segundo a Oxfam, as fortunas são tamanhas que servem como um “antídoto que lhes permite contar com uma capacidade de reação para rapidamente recolocar seus investimentos em ativos mais seguros ou rentáveis, assim como aproveitar as oportunidades do mercado”, aponta o relatório.

A proteção da parcela bilionária contra o cenário de desamparo das demais classes, que enfrentam cifras crescentes de desemprego e também são as que mais morreram pela covid-19 no Brasil, tem a oportunidade de virar pauta com a volta da reforma tributária para a mesa de negociação da Câmara dos Deputados.

Para a diretora-executiva da Oxfam no Brasil, Katia Maia, a proposta de reforma apresentada pelo ministro Paulo Guedes (Economia), no entanto, é “pífia” e não demonstra intenção de “tocar nos privilégios dos mais ricos, que nunca pagaram uma parte justa de impostos”, opina.

“Entre a pífia proposta apresentada pelo governo federal e os discursos de lideranças do Congresso, que defendem uma reforma tributária voltada para a simplificação e a melhoria do ambiente para investimento, a maioria da população é escanteada mais uma vez. É como se a maioria da população não tivesse o direito à uma vida digna.” afirma.

De acordo com as estimativas da organização, a perda de receita tributária para 2020 pode chegar a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e do Caribe, o que representaria US$ 113 milhões a menos nos cofres públicos, um número equivalente a 59% do investimento público em saúde em toda a região.

Leia o relatório completo.

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