A Americanas oficializou nesta quinta-feira 19 um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em caráter de urgência, com dívidas de 43 milhões de reais.
Mais cedo, a empresa havia afirmado trabalhar com a possibilidade de, nos próximos dias ou potencialmente nas próximas horas, ajuizar o pedido.
A recuperação judicial é um instrumento por meio do qual empresas podem evitar a falência. O processo permite que elas suspendam e renegociem parte das dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões e falta de pagamentos.
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários, a Americanas argumentou que sua posição de caixa disponível alcançou o valor de 800 milhões de reais, “sendo que parcela significativa deste valor estava injustificadamente indisponível para movimentação pela companhia na data de ontem (quarta-feira)”.
Na quarta 18, o BTG Pactual obteve uma vitória na Justiça para bloquear 1,2 bilhão de reais da varejista, montante que deverá ficar sob custódia do banco. A decisão, em caráter liminar, partiu do desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Fernandes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
A Americanas, por sua vez, disse que recorrerá. Para a companhia, a decisão “fere seu esforço na busca por uma solução de curto prazo com os seus credores”.
Também na quarta, o Bradesco acionou a Justiça do Rio de Janeiro a fim de que a Americanas só possa retirar recursos do banco com aval prévio.
Desde a semana passada, a Americanas tenta sair de uma espiral de problemas após a revelação de um rombo de 20 bilhões de reais em balanços de 2022 e de anos anteriores. A empresa recorreu à Justiça para evitar que os bancos antecipassem a execução de dívidas.
As “inconsistências contábeis” de 20 bilhões de reais poderiam, segundo a companhia, alterar seu grau de endividamento e o capital de giro, além de levar ao vencimento antecipado e imediato de 40 bilhões de reais em dívidas.
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