A semana mais curta, por causa do feriado de Tiradentes, na quinta-feira 21, tende a reduzir significativamente os negócios e, logo, a liquidez dos mercados, o que em geral a aumenta a volatilidade das transações. Ainda sem o Boletim Focus e outras publicações do Banco Central devido à greve dos funcionários, a agenda doméstica mais vazia contou com a entrega, na manhã desta segunda 18, do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária do Executivo ao Congresso. À tarde, ocorre um pronunciamento do presidente do BC, Roberto Campos Neto.
O governo propôs uma meta fiscal de déficit de 65,9 bilhões de reais para 2023, projetando ainda que as contas do governo central só voltarão ao azul em 2025. A pauta fiscal voltou a piscar no radar dos investidores nos últimos dias, depois da decisão do presidente Jair Bolsonaro de conceder um reajuste linear de 5% a todo o funcionalismo federal a partir de julho. Apesar do aperto nas contas públicas, esse reajuste desagradou os sindicatos do funcionalismo, que consideram o percentual insuficiente e prometem manter mobilizações de servidores para pressionar o Executivo a aumentar os vencimentos.
Nesta segunda, a FGV divulgou o índice de inflação IGP-10 de abril, que subiu 2,48% no mês, acima das expectativas (+2,26%), com forte influência dos derivados do petróleo, especialmente dos combustíveis, pressionando os preços no varejo e no atacado. O indicador, que ainda não tinha capturado os efeitos do conflito na Ucrânia, também sinalizou o avanço dos preços de fertilizantes e adubos, o que pode trazer pressão adicional sobre os preços dos alimentos.
No âmbito da atividade, a FGV divulga na quarta 20 o Monitor do PIB de fevereiro. Sem a divulgação do IBC-Br pelo Banco Central (em função da greve dos funcionários), o Monitor ganha relevância, pois passa a ser a única proxy para o PIB mensal a ser divulgada, importante para os analistas calibrarem suas estimativas para o desempenho da atividade no primeiro trimestre.
Nesta segunda, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa por videoconferência de um painel promovido pelo Fundo Monetário Internacional. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, participará presencialmente de encontro promovido pelo FMI e pelo Banco Mundial nos Estados Unidos.
As duas entidades multilaterais realizam suas assembleias e reuniões do primeiro semestre a partir de quinta-feira, reunindo ministros de Economia e Finanças e presidentes de bancos centrais de todo o mundo. Os mercados ficam de olho principalmente nos pronunciamentos dos representantes de Estados Unidos, União Europeia, Japão e China.
O Livro Bege do Federal Reserve, o Fed, banco central dos Estados Unidos, será divulgado na quarta 20. É um dos documentos mais analisados pelos mercados, por apresentar as condições econômicas correntes de cada um dos 12 distritos do Reserva Federal, cobrindo todo o território norte-americano, como subsídio prévio às reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto, que decide sobre os rumos da política monetária. A próxima reunião é daqui a duas semanas e a expectativa é de um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Fed Funds Rate.
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