Economia
Estratégia de bancos para chegar ao patrimônio de bilionários da Americanas envolve WhatsApp e Telegram
Bradesco e Santander tentam chegar à responsabilização de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira
A guerra nos tribunais a envolver a recuperação judicial da Americanas ganhará uma nova batalha. Bradesco e Santander buscam, por meio de um pedido de auditoria forense, abrir caminho para chegar ao patrimônio pessoal dos chamados acionistas de referência da varejista: os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
A apresentação do pedido foi revelada nesta quarta-feira 25 pelo jornal Valor Econômico. A peça busca demonstrar que houve fraude na condução da empresa, o que poderia levar à desconsideração da personalidade jurídica e, por consequência, à responsabilização dos sócios.
Os bancos solicitam depoimentos dos bilionários, de Paulo Alberto Lemann (filho de Jorge Paulo e integrante do conselho de administração da Americanas) e do ex-CEO Sergio Rial, que renunciou nove dias depois de assumir o cargo. Bradesco e Santander querem, ainda, acesso a e-mails e outras comunicações entre os envolvidos – via WhatsApp e Telegram, por exemplo.
Na terça 24, o desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Horta, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, suspendeu o bloqueio de 1,2 bilhão de reais em recursos da Americanas que estavam sob controle do BTG Pactual, um dos credores.
Outros bancos acionaram a Justiça. O Santander pediu ao TJ-RJ a suspensão das garantias obtidas pela varejista ao conseguir iniciar sua recuperação judicial. Ainda solicitou que o processo deixe de tramitar no Rio e vá para São Paulo.
O Safra também tentou interromper a recuperação judicial, mas a demanda foi negada pela desembargadora Leila Santos Lopes, do TJ-RJ.
Na última quinta 19, o juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio, aceitou o pedido de recuperação judicial apresentado pela Americanas, que declarou dívidas de 43 bilhões de reais.
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