Economia
A aposta cearense no hidrogênio verde
O Porto de Pecém investe alto para se tornar polo mundial de produção e exportação da commodity
O Complexo Industrial e Portuário do Pecém, segundo maior porto do Nordeste, acaba de firmar um pré-contrato com a AES Brasil para iniciar estudos de viabilidade da produção de até 2 gigawatts de hidrogênio a partir da eletrólise e de até 800 mil toneladas de amônia verde por ano. É mais uma etapa do plano de tornar o Ceará um grande player no mercado de hidrogênio verde, que acumula dois pré-contratos e 20 memorandos com o governo estadual e empresas como AES Brasil, Fortescue Future Industries, Linde, Qair, TransHydrogen Aliance, Eren do Brasil, Casa dos Ventos, Engie, EDP Renováveis e White Martins. Os projetos somam 8 gigawatts em capacidade de eletrólise para produzir 1,3 milhão de toneladas de hidrogênio verde por ano, boa parte para exportação. A União Europeia fixou a meta de 20 milhões de toneladas de hidrogênio no consumo de energia, no plano REPowerEU, metade importada. Duna Uribe, diretora-comercial do complexo, conta que, para atrair empresas e viabilizar a oferta do produto a um preço competitivo, o porto fornecerá infraestrutura, serviços e condições na Zona de Processamento de Exportação (ZPE). “É importante dizer que não estamos olhando apenas para a exportação de uma commodity, mas para toda a cadeia de valor”, disse Uribe em evento do Fórum Brasil-Reino Unido.
Imagem: Antonio Scarpinetti/Unicamp
CULTURA EM PARAISÓPOLIS
Imagem: Nego Junior/Instituto Pró-Saber SP
O Pró-Saber SP, que leva leitura a crianças e jovens, abriu um brechó na comunidade de Paraisópolis, com peças de segunda mão de marcas variadas a menos de 20 reais, doadas por empresas e parceiros. O valor das vendas financia a biblioteca infantojuvenil da comunidade. “Poderíamos fazer o bazar num bairro de classe média alta e cobrar caro para ter mais caixa, mas queremos que a própria comunidade ajude a financiar o que fazemos aqui e, de quebra, tenha acesso a produtos de alta qualidade. É uma forma de a economia circular pensada para esse território”, diz a fundadora Maria Cecília Lins.
NOVA BOLSA?
A SL Tools, desenvolvedora de tecnologia para negociações eletrônicas de valores imobiliários e ativos financeiros, está prestes a se tornar a primeira instituição no País a negociar ações desde que a Bolsa do Rio de Janeiro foi absorvida pela BMF, em 2002. A SL Tools opera uma plataforma eletrônica de aluguel de ações entre gestoras e corretoras, em tempo real, e aguarda para este mês de outubro a licença de Mercado de Balcão Organizado para negociação de valores mobiliários de renda fixa e grandes lotes de ações, com tecnologia proprietária que confere ganhos de escala na negociação e processos eletrônicos pós-negociação.
METAMORFOSE
Os sócios do Grupo Gaia, que emitiu papéis de cooperativas do Movimento dos Sem Terra em 2021, anunciaram a doação do negócio a uma ONG com a mesma marca, passando de donos a funcionários. “Ter dinheiro não é ruim, ele é importante. O que acontece é que à custa da ganância de alguns, outros acabam ficando sem”, justifica o fundador, João Paulo Pacífico. “Não sou comunista, mas acredito que o capitalismo predatório não dá certo.” A ideia, garante, foi amadurecida bem antes de o dono da marca de roupas esportivas Patagonia anunciar iniciativa similar há duas semanas.
INSEGURO
Corre na 6ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro uma Ação Civil Pública contra o Instituto de Resseguros do Brasil por alegada fraude na administração que teria levado as ações do IRB a cair de 34,37 reais, no início do ano, para 1,180 há duas semanas. “Muito embora oscilações de preços sejam naturais e esperadas, sendo o mercado de Bolsa volátil e de risco, o que se verificou no caso da IRB foi o derretimento do preço por práticas ilegais e dolosas de contabilidade, ausência de transparência, de boa-fé e de governança corporativa, com o fim de lesar milhares de investidores”, diz a ação do Instituto Brasileiro de Cidadania.
PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1228 DE CARTACAPITAL, EM 5 DE OUTUBRO DE 2022.
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