No segundo dia de julgamento sobre a criminalização da homofobia, o ministro e relator Celso de Mello teceu duras críticas ao conservadorismo e à intolerância, apontou que irá condenar a omissão do Congresso em relação à homofobia, mas não concluiu seu voto. A sessão volta à tribuna na quarta-feira 20.
Apesar de se esperar que o voto do decano acuse a omissão do Congresso, ele declarou não reconhecer que o Supremo deve criar qualquer lei específica para homofobia. Para tal, sustentou o papel exclusivo da Câmara para questões legislativas – ou seja, o estabelecimento de crime e pena específicos.
Caso prevaleça a interpretação de Mello, ainda há a via da inclusão da homofobia dentro da Lei de Racismo, defendida pela comunidade LGBT e apoiadores.
Antes mesmo de iniciar a leitura do voto, o ministro criticou de antemão a intolerância em relação à temática de gênero e orientação sexual, propagada por quem ele definiu como “mentes sombrias”.
Além disso, relatou que falas como “meninos vestem azul, meninas vestem rosa”, da ministra Damares Alves, são um atentado às liberdades fundamentais de qualquer ser humano. Adicionou também que “o padrão existencial heteronormativo é incompatível com a diversidade e pluralismo da sociedade democrática”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login