Autores e editoras disponibilizam obras sobre gênero gratuitamente

Ação é uma resposta à tentativa de censura ordenada pelo prefeito Marcelo Crivella durante a Bienal do Livro, no Rio de Janeiro

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Em resposta à tentativa do prefeito Marcelo Crivella de censurar livros durante a Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, editoras e autores passaram a disponibilizar suas obras sobre a temática de gênero de maneira gratuita.

A Rico Editora, que tem entre suas publicações títulos como “Cor não tem gênero”, “Orgulho de Ser”, “Resilientes, em manifesto contra a LGBTfobia”, “Não inclui manual de instruções” e “Quem rabiscou aqui”, obras que compõem o selo #SeLiga, que busca mais representatividade às publicações, decidiu disponibilizar os conteúdos gratuitamente, via e-book, na Amazon. As obras podem ser adquiridas até a terça-feira 10.

“Queremos que mais e mais leitores conheçam nossos livros, autores e missão. Queremos que cada vez mais leitores se sintam representados nas páginas de nossos livros. Acreditamos que o mundo será um lugar melhor quando todos forem acolhidos por serem quem são. Vamos juntos nessa?”, publicou a editora em seu Instagram.

Autores também embarcaram no movimento como forma de criticar a iniciativa de Crivella – ainda que a HQ mencionada pelo prefeito tivesse esgotada na feira, isso não impediu que a Bienal fosse vasculhada por uma equipe da prefeitura em busca de “conteúdo pornográfico”, conforme anunciado. Ao fim da operação, nenhum título foi recolhido.

Willian Fernandes Pereira, autor do livro “As Chaves do Armário”, também vai disponibilizar a obra gratuitamente, via Amazon, até o dia 13 de setembro. O livro aborda o tema a partir de uma análise da psiquê humana, buscando explicar dados que ainda alarmam a população LGBT: “somente em 2018, foram mais de 400 homicídios de LGBTs, uma média de 35 por mês”, considera o livro.

A também autora Karla Lima, que assina os livros “Armário sem Portas” e “Armário sem Portas 2”, juntamente com Pya Pêra, e a obra “Muito Prazer, vozes da Diversidade”, vai doar os livros até o fim do estoque, conforme anunciou em um post no Facebook. Na publicação, ela chama a ação de Crivella de “recolhimento seletivo”.

 


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