Diversidade
Após quatro meses fechado, Museu da Diversidade reabrirá em São Paulo
O espaço, dedicado à cultura e memória LGBT+, suspendeu atividades por determinação judicial, após supostas irregularidades no contrato com o mantenedor
O Museu da Diversidade Sexual, localizado na estação República do Metrô de São Paulo, reabrirá as portas nesta sexta-feira 2. O espaço dedicado à cultura e memória LGBT+ estava fechado há quatro meses por determinação judicial após supostas irregularidades no contrato com o mantenedor Instituto Odeon.
A decisão de suspender do contrato com o Odeon se deu após denúncia, em abril deste ano, do deputado bolsonarista Gil Diniz (PL), conhecido como ‘Carteiro Reaça’. Embora a decisão não obrigasse o fechamento do museu, o afastamento do instituto responsável pela gestão impede legalmente o funcionamento do espaço.
Na denúncia, Diniz apontava possíveis irregularidades cometidas pelo Instituto no passado, quando era responsável pela administração do Theatro Municipal e teve o contrato rompido pela reprovação de contas diante a ausência do repasse de R$ 600 mil em valores de bilheteria – que por sua vez era operada por uma empresa terceirizada. Para a juíza Carmen Cristina Teijeiro, as circunstâncias apresentadas pelo deputado colocavam em dúvida a idoneidade do instituto. Ainda corre em justiça a decisão se o Odeon deverá ou não se responsabilizar pelo valor não repassado.
Além disso, o deputado bolsonarista também colocava em xeque a utilização da verba destinada à manutenção e ampliação do Museu da Diversidade Sexual. No total, foram repassados R$ 30 milhões para cinco anos de gestão do espaço, cujo R$ 9 milhões seriam alocados para ampliação e custeio do funcionamento durante o primeiro ano.
Em maio, a bancada feminina do PSOL chegou a protocolar uma ação popular, encabeçada pela vereadora Erika Hilton, que solicitava a reabertura imediata do museu.
O espaço cultural reabrirá ainda gerenciado pelo Odeon, retomando a exposição “Duo Drag”, obra com fotografias de cinquenta drag queens por Paulo Freire. A obra, que conta com nomes como Silvetty Montilla e Marcia Pantera, iria estrear no mês em que o museu foi forçado a fechar.
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