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Um encontro entre soterrados

Às Vezes Acordo Tremendo, passado entre a Guatemala e o México, enlaça relato histórico e exercício ficcional

Pesquisa. Ximena Santaolalla recupera o massacre maia ocorrido nos anos 1980 – Imagem: Alberto Kritzler
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Durante a ditadura de Efraín Ríos Montt, na Guatemala, que durou de 23 de março de 1982 a 8 de agosto de 1983, cerca de 100 mil pessoas foram assassinadas ou desapareceram – entre elas, 2 mil maias ixil, representando 33% dessa etnia. Essas e outras informações são oferecidas pela escritora mexicana Ximena Santaolalla no fim do seu romance Às Vezes Acordo Tremendo, em uma nota que contém também a seguinte frase: “A cada dia morriam quase 200 vítimas, em um país que naquela época tinha, aproximadamente, 7,5 milhões de habitantes”.

Para dar conta desse conjunto de eventos extremos, a autora monta um romance heterogêneo, composto de histórias que correm paralelas, eventualmente se cruzando. Começamos com um soldado guatemalteco enviado pelo Exército para um treinamento no Texas – seu comandante, que sempre carrega um isqueiro, também terá uma linha narrativa. Continuamos com o relato de uma menina de 15 anos sequestrada pelos militares. Alcançamos, por fim, o presente da narrativa quando a empregada doméstica de um coronel testemunha diante de uma Comissão de Direitos Humanos.

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