Cultura

‘Seria ignorância não me posicionar contra um governo que mata minha população’, diz WD

‘Não se posicionar mediante o cenário político que estamos vivendo só demonstra uma coisa: que a pessoa é conivente’, diz o cantor e compositor

O cantor e compositor WD. Foto: Márcio Farias
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Cantor e compositor de 29 anos, WD está prestes a lançar um álbum musical neste ano com fortes temáticas sociais e raciais. A marca já está presente no 1º single do trabalho, Periferia, divulgado no início deste mês com um videoclipe de referências diretas ao cotidiano de violência e de privação de direitos básicos no bairro em que morava, o Jardim Conceição, na cidade de Campinas, no estado de São Paulo.

Em entrevista a CartaCapital, na segunda-feira 27, WD contou sobre a sua trajetória profissional desde quando cantava em uma igreja evangélica até ganhar notoriedade no ano passado, ao participar do programa The Voice Brasil, da TV Globo, onde chegou a emocionar a cantora Iza com uma música autoral chamada Eu sou.

A caminhada do artista incluiu passagens em outros realities, até no exterior – WD também apresentou o seu trabalho no programa Got Talent Uruguay.

Conforme conta na entrevista, o percurso foi cheio de altos e baixos, com dificuldades comuns a quem nasceu sem os mesmos privilégios de celebridades brancas que sempre foram ricas. Além de ter origem pobre, WD teve de lidar com o fato de ser um homem negro e bissexual diante de uma sociedade racista e LGBTfóbica.

Segundo observa WD, o atual cenário econômico aprofundou a crise de oportunidades para os seus semelhantes. O artista, então, diz usar a sua arte para vocalizar os problemas enfrentados por sua comunidade, sobretudo durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Eu vivo dentro do olho do furacão. Seria muita ignorância não me posicionar contra um governo que mata a minha população”, afirma. “Não se posicionar mediante o cenário político que estamos vivendo só demonstra uma coisa: que a pessoa é conivente. Acho que conivência é pior do que quem realiza o ato.”

A entrevista está disponível na íntegra no canal de CartaCapital no Instagram e faz parte de uma série de três entrevistas especiais para o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, celebrado em 28 de junho.

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