Cultura
Pelo olhar de um marchand
As 200 obras da exposição ‘Coleção Imaginária de Paulo Kuczynski’ revelam as feições do colecionismo privado no País
Paulo Kuczynski era aluno do curso de Biologia da Universidade de São Paulo (USP) e integrante da União Nacional dos Estudantes (UNE) quando foi ter pela primeira vez à casa de Alfredo Volpi (1896-1988). O ano era o de 1967 e, à altura, os jovens tentavam sensibilizar alguns artistas para que doassem obras num gesto de apoio financeiro ao movimento.
A conversa com Volpi fluiu tão bem que Kuczynski, morador do bairro da Aclimação, vizinho ao Cambuci, onde vivia o artista, foi visitá-lo outras vezes. Dois anos após o primeiro encontro, Kuczynski tomaria coragem de fazer o movimento que definiria seu destino: pegou um quadro de Volpi, em troca de um cheque de pequeno valor, e prometeu tentar vendê-lo.
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