Cultura

Onde os velhos não têm vez

Matheus Pichonelli escreve sobre a odisséia ao avesso da juventude bilionária retratada em ‘Cosmópolis’

A maioria dos elementos do admirável mundo novo está nos encontros de Packer dentro da limusine. Foto: Divulgação
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Não faz muito tempo, passava um comercial na tevê em que um sujeito conversava numa roda de amigos quando sentia mãos e braços desaparecerem. Tentava, em vão, se tocar e percebia que aos poucos se transformava num fantasma. Diante do desespero, corria para o automóvel (a estrela da propaganda) e respirava aliviado ao perceber que, ao colocar as mãos no volante, os membros aos poucos voltavam a tomar forma.

Quem perdeu noites insones com a possibilidade de ver o mundo, num futuro próximo, invadido por robôs replicantes a tomar o espaço humano podia, diante da propaganda, dormir tranquilo. O futuro era um inverso da previsão. O ideal, nesse futuro breve, é ser, estar, reproduzir e viver para e com a máquina. “Você é o que você tem”, parecia dizer a propaganda. Dentro da máquina, voltamos a ter uma identidade. A ser alguém de carne e osso.

A lembrança daquela propaganda-mensagem pavorosa me veio à mente na terça-feira 18 quando deixei o cinema. Acabava de assistir ao tão falado Cosmópolis, filme de David Cronenberg que mobilizou análises de todos os calibres de todas as ciências humanas. Todos, de alguma forma, tentando contribuir com o debate sobre como Cronenberg captou de forma arrebatadora as nuances da crise moral do capitalismo.

A história, baseada no livro de Don DeLillo, é mínima. Um jovem bilionário, Eric Packer (personagem de Robert Pattinson), passa a maior parte do seu tempo numa limusine, onde se reúne com sócios, subordinados, consultores, médico e amante. É vigiado o tempo todo por um segurança paranoico e tem como único objetivo do dia cortar o cabelo. No trajeto, descobre que seu caminho está obstruído para dar passagem à comitiva do presidente dos Estados Unidos, em visita a Nova York. Descobre também que está prestes a perder bilhões por ter errado uma aposta na desvalorização do Yuan, a moeda chinesa.

Tanto quanto a lógica do mercado, o filme é complicadíssimo do começo ao fim. É permeado por imagens simbólicas, muitas das quais difíceis de se assimilar, e diálogos e situações aparentemente sem lógica nem sentido. Mas poucos foram tão longe em expor tantos sintomas e alegorias de uma nova ordem vigente sob um velho sistema.

De fato, há no filme muitos elementos a identificar o esgotamento não só de um velho modelo de produção, mas também de pensamento. Como se uma filosofia nova estivesse sendo fundada a partir de uma nova lógica de enriquecimento pessoal. A lógica do efêmero, da volatividade e das apostas inerentes ao circuito do capital.

A maioria desses elementos do admirável mundo novo está nos encontros de Packer dentro da limusine. Numa delas, ele conversa com um sócio e tenta se certificar da segurança dos sistemas operacionais eletrônicos da empresa. Mas a preocupação do sócio parece ser outra. Em dado momento, ele chega a alertar o investidor: tudo aqui é seguro, mas é preciso manter o mito enquanto somos jovens. Ganha uma entrada grátis quem ver neste mito o rosto sorridente de Mark Zuckerberg, o bilionário fundador do Facebook. É o Vale do Silício no divã enquanto percorre as ruas de Manhattan.

Como ali os velhos não têm vez, Packer começa a se dar conta de que o mundo sobre o qual parecia ter domínio absoluto já não é facilmente codificado com a mesma facilidade. O mundo, antes aos seus pés e ao alcance de um comando de computador, parece se derreter. Este mundo, ele sabe, não é mais mediado por forças tradicionais de produção, mas com tecnologia, informação e manuseio correto do tempo. Algo que só um nativo digital poderia compreender. “E para que serve a tecnologia?”, pergunta uma subordinada a certa altura. “Para chegar mais rápido aonde se quer”. Nem sempre.

Se na primeira revolução industrial o impacto da relação entre capital e trabalho sobre o homem (reificação e alienação) tornou-se a fagulha de todas as revoluções sociais, nesta nova ordem os meios de comando estão deitados na mesma linha de montagem dos comandados. A rede que consolida impérios financeiros é a mesma que mobiliza ações orquestradas pela lógica do compartilhamento. O terreno da informação, pivô de todo lance na era da tecnologia, é tão privativo como as ruas. Ou seja: quase nada. Uma limusine pode garantir a sensação de segurança, mas não vai tornar a via única.

Enquanto o automóvel avança aos trancos, Packer assiste pela janela blindada ao desemboque de todas as violências produzidas numa reação em cadeia, uma rebelião popular nos moldes dos movimentos do “Occupy Wall Street”. Esbarra assim com os filhos bastardos de um momento histórico em que é possível produzir riqueza (muita) sem produzir uma linha de algodão sequer.

Ao ver os protestos, Packer repete uma mesma questão: o que tem de novo nisso? É o que se pergunta ao ver um manifestante sentado na posição de lótus atear fogo ao próprio corpo num ritual de imolação. “Isso já não foi feito no Vietnã?”, pergunta-se, num tom de deboche. (Em tempo: a Primavera Árabe começou após a auto-imolação de um comerciante cansado de ser explorado pela polícia na Tunísia).

Porque é preciso algo novo sempre e, para este agente do sistema, história ou futuro não fazem o menor sentido quando tudo o que quer é monitorar o comportamento das Bolsas de valores espalhadas pelo planeta. O compromisso com o presente (o único ponto reconhecidamente possível da ação) inutiliza o passado e o futuro. Por isso a noção de tempo parece ser colocada a prova a todo momento. “O que há de novo nisso?”

Packer sabe que o topo se atinge com poucas palavras, mas a derrocada se dá com uma simples sílaba. Diz isso enquanto vê um sujeito de 22 anos, ainda mais jovem que ele, identificar, por meio de um computador portátil, uma tendência que ele não consegue enxergar no mercado de ações. É só o prenúncio do caos.

Trancado em sua limusine, Packer ouve dos colaboradores (é o nome dos empregados e sócios nos dias de hoje) as mais desoladoras projeções sobre o futuro da companhia. O futuro que se encerra num único dia.

Num dos diálogos, uma consultora de Teoria (sic) explica qual é o problema dele (e não mais da empresa): antes se falava de eternidade, hoje sobre segundos. Mas a eternidade não tem sentido naquele escritório-limusine, onde permanece conectado com as Bolsas do mundo 24 horas por dia, 7 dias por semana. Se despregar o olho do presente não haverá aposta seguinte. Cronenberg parece dizer: a apreensão do lance presente é a própria dissolução da ideia de futuro. Sem essa distância, essa projeção entre o lugar de origem e o lugar a se chegar, não há sequer esperança. Daí a obsessão do personagem em experimentar algo que ainda não conhece, seja um tiro na própria mão, seja um choque elétrico na cama. Pouco importa onde tudo aquilo vai dar.

No livro A Paixão Segundo G.H, Clarice Lispector descreve o fluxo de consciência de uma personagem após perder a noção de tempo e espaço a partir do encontro com uma barata morta. O encontro dura um dia apenas. É a única experiência real, focalizada no presente, no vazio e na distância de todos os valores e conceitos criados num arcabouço humano que sempre a envolveu. Só, ela não tem ninguém para dizer ou ouvir o que é certo e o que é errado. Pode comer a barata que não haverá condenação alguma. É o mundo, encerrado nela mesma, sem encenação. É o vazio e o real. Naquele quarto, a aceitação do nada torna a esperança uma projeção inexistente. Porque até o tempo é apenas um fenômeno à espera de uma atribuição de valor.

O caminho em Cosmópolis não deixa de ser parecido. Packer só pisa no chão, o chão concreto e real e seus desejos acumulados, quando finalmente se livra da encenação e se vê só. Quando abandona o universo digital e mergulha no mundo analógico. Um mundo em que pode caminhar, se alimentar e cortar o cabelo sem a ajuda de botões, comandos, conexões. Nos redutos que sobreviveram indiferentes à tecnologia, a noção de tempo é outra – e as armas também, grita Cronenberg.

Não por acaso, a odisseia descamba num apartamento semelhante a um escritório antigo, desconectado, fisicamente tomado por elementos obsoletos, como os livros acumulados junto à poeira. Como se ali o tempo não tivesse passado. É lá que encontrará seu algoz, o agente de um outro modelo de trabalho que, humilhado pelos novos tempos, reconhece a autoridade de quem atropelou o velho mundo e agora precisa pagar por isso. Para isso, precisa matar o jovem que lhe tirou do mundo em que se assentava.

Num jogo de câmera, o velho e o novo conversam como num confessionário, e tentam debater a violência encrustada em cada um. Para Pecker, até mesmo essa violência pede um ordenamento e uma explicação. Precisa ter um sentido no mundo que jurava dominar. O mundo ainda está aos seus pés, mas a lógica de seu funcionamento começa a escapar de seu entendimento. É a distância mais crua da realidade do entorno. Quanto dói acordar bilionário e dormir falido? Quanto dessa dor pode ser expressa num sistema de monitoramento eletrônico?

Quase nada.

Pois só no mundo analógico que ele acaba de adentrar é possível sentir dor. Ou tristeza. Ou medo. Ou empolgação. Ou enfim pensar na consequência dos próprios atos de uma forma consciente. É possível debater no mesmo tom, sem a “aura” que o poder emana. O quanto ele, aquele jovem excêntrico, tem de culpa num mundo que grita a própria desigualdade?

É o que, naquela sala decadente, ele tenta entender. Como G.H, a personagem que tem iniciais mas não tem nome, é diante do real que se descobre vivo. A partir dali, matar ou morrer já não faz diferença alguma.

Não faz muito tempo, passava um comercial na tevê em que um sujeito conversava numa roda de amigos quando sentia mãos e braços desaparecerem. Tentava, em vão, se tocar e percebia que aos poucos se transformava num fantasma. Diante do desespero, corria para o automóvel (a estrela da propaganda) e respirava aliviado ao perceber que, ao colocar as mãos no volante, os membros aos poucos voltavam a tomar forma.

Quem perdeu noites insones com a possibilidade de ver o mundo, num futuro próximo, invadido por robôs replicantes a tomar o espaço humano podia, diante da propaganda, dormir tranquilo. O futuro era um inverso da previsão. O ideal, nesse futuro breve, é ser, estar, reproduzir e viver para e com a máquina. “Você é o que você tem”, parecia dizer a propaganda. Dentro da máquina, voltamos a ter uma identidade. A ser alguém de carne e osso.

A lembrança daquela propaganda-mensagem pavorosa me veio à mente na terça-feira 18 quando deixei o cinema. Acabava de assistir ao tão falado Cosmópolis, filme de David Cronenberg que mobilizou análises de todos os calibres de todas as ciências humanas. Todos, de alguma forma, tentando contribuir com o debate sobre como Cronenberg captou de forma arrebatadora as nuances da crise moral do capitalismo.

A história, baseada no livro de Don DeLillo, é mínima. Um jovem bilionário, Eric Packer (personagem de Robert Pattinson), passa a maior parte do seu tempo numa limusine, onde se reúne com sócios, subordinados, consultores, médico e amante. É vigiado o tempo todo por um segurança paranoico e tem como único objetivo do dia cortar o cabelo. No trajeto, descobre que seu caminho está obstruído para dar passagem à comitiva do presidente dos Estados Unidos, em visita a Nova York. Descobre também que está prestes a perder bilhões por ter errado uma aposta na desvalorização do Yuan, a moeda chinesa.

Tanto quanto a lógica do mercado, o filme é complicadíssimo do começo ao fim. É permeado por imagens simbólicas, muitas das quais difíceis de se assimilar, e diálogos e situações aparentemente sem lógica nem sentido. Mas poucos foram tão longe em expor tantos sintomas e alegorias de uma nova ordem vigente sob um velho sistema.

De fato, há no filme muitos elementos a identificar o esgotamento não só de um velho modelo de produção, mas também de pensamento. Como se uma filosofia nova estivesse sendo fundada a partir de uma nova lógica de enriquecimento pessoal. A lógica do efêmero, da volatividade e das apostas inerentes ao circuito do capital.

A maioria desses elementos do admirável mundo novo está nos encontros de Packer dentro da limusine. Numa delas, ele conversa com um sócio e tenta se certificar da segurança dos sistemas operacionais eletrônicos da empresa. Mas a preocupação do sócio parece ser outra. Em dado momento, ele chega a alertar o investidor: tudo aqui é seguro, mas é preciso manter o mito enquanto somos jovens. Ganha uma entrada grátis quem ver neste mito o rosto sorridente de Mark Zuckerberg, o bilionário fundador do Facebook. É o Vale do Silício no divã enquanto percorre as ruas de Manhattan.

Como ali os velhos não têm vez, Packer começa a se dar conta de que o mundo sobre o qual parecia ter domínio absoluto já não é facilmente codificado com a mesma facilidade. O mundo, antes aos seus pés e ao alcance de um comando de computador, parece se derreter. Este mundo, ele sabe, não é mais mediado por forças tradicionais de produção, mas com tecnologia, informação e manuseio correto do tempo. Algo que só um nativo digital poderia compreender. “E para que serve a tecnologia?”, pergunta uma subordinada a certa altura. “Para chegar mais rápido aonde se quer”. Nem sempre.

Se na primeira revolução industrial o impacto da relação entre capital e trabalho sobre o homem (reificação e alienação) tornou-se a fagulha de todas as revoluções sociais, nesta nova ordem os meios de comando estão deitados na mesma linha de montagem dos comandados. A rede que consolida impérios financeiros é a mesma que mobiliza ações orquestradas pela lógica do compartilhamento. O terreno da informação, pivô de todo lance na era da tecnologia, é tão privativo como as ruas. Ou seja: quase nada. Uma limusine pode garantir a sensação de segurança, mas não vai tornar a via única.

Enquanto o automóvel avança aos trancos, Packer assiste pela janela blindada ao desemboque de todas as violências produzidas numa reação em cadeia, uma rebelião popular nos moldes dos movimentos do “Occupy Wall Street”. Esbarra assim com os filhos bastardos de um momento histórico em que é possível produzir riqueza (muita) sem produzir uma linha de algodão sequer.

Ao ver os protestos, Packer repete uma mesma questão: o que tem de novo nisso? É o que se pergunta ao ver um manifestante sentado na posição de lótus atear fogo ao próprio corpo num ritual de imolação. “Isso já não foi feito no Vietnã?”, pergunta-se, num tom de deboche. (Em tempo: a Primavera Árabe começou após a auto-imolação de um comerciante cansado de ser explorado pela polícia na Tunísia).

Porque é preciso algo novo sempre e, para este agente do sistema, história ou futuro não fazem o menor sentido quando tudo o que quer é monitorar o comportamento das Bolsas de valores espalhadas pelo planeta. O compromisso com o presente (o único ponto reconhecidamente possível da ação) inutiliza o passado e o futuro. Por isso a noção de tempo parece ser colocada a prova a todo momento. “O que há de novo nisso?”

Packer sabe que o topo se atinge com poucas palavras, mas a derrocada se dá com uma simples sílaba. Diz isso enquanto vê um sujeito de 22 anos, ainda mais jovem que ele, identificar, por meio de um computador portátil, uma tendência que ele não consegue enxergar no mercado de ações. É só o prenúncio do caos.

Trancado em sua limusine, Packer ouve dos colaboradores (é o nome dos empregados e sócios nos dias de hoje) as mais desoladoras projeções sobre o futuro da companhia. O futuro que se encerra num único dia.

Num dos diálogos, uma consultora de Teoria (sic) explica qual é o problema dele (e não mais da empresa): antes se falava de eternidade, hoje sobre segundos. Mas a eternidade não tem sentido naquele escritório-limusine, onde permanece conectado com as Bolsas do mundo 24 horas por dia, 7 dias por semana. Se despregar o olho do presente não haverá aposta seguinte. Cronenberg parece dizer: a apreensão do lance presente é a própria dissolução da ideia de futuro. Sem essa distância, essa projeção entre o lugar de origem e o lugar a se chegar, não há sequer esperança. Daí a obsessão do personagem em experimentar algo que ainda não conhece, seja um tiro na própria mão, seja um choque elétrico na cama. Pouco importa onde tudo aquilo vai dar.

No livro A Paixão Segundo G.H, Clarice Lispector descreve o fluxo de consciência de uma personagem após perder a noção de tempo e espaço a partir do encontro com uma barata morta. O encontro dura um dia apenas. É a única experiência real, focalizada no presente, no vazio e na distância de todos os valores e conceitos criados num arcabouço humano que sempre a envolveu. Só, ela não tem ninguém para dizer ou ouvir o que é certo e o que é errado. Pode comer a barata que não haverá condenação alguma. É o mundo, encerrado nela mesma, sem encenação. É o vazio e o real. Naquele quarto, a aceitação do nada torna a esperança uma projeção inexistente. Porque até o tempo é apenas um fenômeno à espera de uma atribuição de valor.

O caminho em Cosmópolis não deixa de ser parecido. Packer só pisa no chão, o chão concreto e real e seus desejos acumulados, quando finalmente se livra da encenação e se vê só. Quando abandona o universo digital e mergulha no mundo analógico. Um mundo em que pode caminhar, se alimentar e cortar o cabelo sem a ajuda de botões, comandos, conexões. Nos redutos que sobreviveram indiferentes à tecnologia, a noção de tempo é outra – e as armas também, grita Cronenberg.

Não por acaso, a odisseia descamba num apartamento semelhante a um escritório antigo, desconectado, fisicamente tomado por elementos obsoletos, como os livros acumulados junto à poeira. Como se ali o tempo não tivesse passado. É lá que encontrará seu algoz, o agente de um outro modelo de trabalho que, humilhado pelos novos tempos, reconhece a autoridade de quem atropelou o velho mundo e agora precisa pagar por isso. Para isso, precisa matar o jovem que lhe tirou do mundo em que se assentava.

Num jogo de câmera, o velho e o novo conversam como num confessionário, e tentam debater a violência encrustada em cada um. Para Pecker, até mesmo essa violência pede um ordenamento e uma explicação. Precisa ter um sentido no mundo que jurava dominar. O mundo ainda está aos seus pés, mas a lógica de seu funcionamento começa a escapar de seu entendimento. É a distância mais crua da realidade do entorno. Quanto dói acordar bilionário e dormir falido? Quanto dessa dor pode ser expressa num sistema de monitoramento eletrônico?

Quase nada.

Pois só no mundo analógico que ele acaba de adentrar é possível sentir dor. Ou tristeza. Ou medo. Ou empolgação. Ou enfim pensar na consequência dos próprios atos de uma forma consciente. É possível debater no mesmo tom, sem a “aura” que o poder emana. O quanto ele, aquele jovem excêntrico, tem de culpa num mundo que grita a própria desigualdade?

É o que, naquela sala decadente, ele tenta entender. Como G.H, a personagem que tem iniciais mas não tem nome, é diante do real que se descobre vivo. A partir dali, matar ou morrer já não faz diferença alguma.

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