Cultura

Morre o ator Flávio Migliaccio, aos 85 anos

Famoso por papéis na televisão e no cinema, Migliaccio iniciou carreira no teatro com forte compromisso político e social

O ator Flávio Migliaccio. Foto: Reprodução/TV Cultura
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O ator Flávio Migliaccio foi encontrado morto nesta segunda-feira 4, em um sítio na cidade de Rio Bonito, na região dos Lagos do estado do Rio de Janeiro. O boletim de ocorrência foi registrado como suicídio, segundo informação da Polícia Militar.

Migliaccio tinha 85 anos e era natural de São Paulo, onde nasceu em 26 de agosto de 1934, no bairro do Brás. Ficou conhecido por interpretar personagens em mais de 30 novelas e minisséries na televisão, além de longa-metragens e peças teatrais.

Sua vida no teatro teve início em 1954, ano em que fez o curso de teatro do italiano Ruggero Jacobbi. Ao fim do curso, Jacobbi encaminhou Migliaccio para o grupo amador Teatro Paulista do Estudante, onde conheceu Gianfracesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Filho.

Em seguida, o ator se profissionalizou no Teatro de Arena, fundado em 1950 e famoso por sua expressão política e social do trabalho artístico. As aulas eram ministradas por Augusto Boal. Migliaccio se formou em um espaço em que predominava o caráter político de reflexão sobre a sociedade, frente aos anos de ditadura que censurava e perseguia os profissionais da área.

Migliaccio participou de espetáculos como A Revolução na América do Sul, de Augusto Boal. A peça é relatada como uma das montagens que marcaram a influência do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, artista entusiasta com ideais marxistas.

O ator também fez parte de Eles não usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri. A peça trata de uma greve operária e aborda os problemas socioeconômicos dos moradores de uma favela. Também no Teatro de Arena, Migliaccio levou ao palco uma peça de sua autoria, chamada Pintado de Alegre, em que narra uma trama de uma família em um bairro da periferia.

Na televisão, trilhou um longo caminho em novelas como O Primeiro Amor, de Walther Negrão, em que viveu o personagem Xerife. Mais tarde, o trabalho virou um seriado chamado Shazan e Xerife, que virou um sucesso entre 1972 e 1974. Ao longo dos anos seguintes, Migliaccio se baseou no personagem para criar o Tio Maneco, estrela de longas-metragens e de seriados.

Além de atuar, Migliaccio dirigiu, produziu, escreveu e até foi premiado por uma charge nos anos de 1970.

Em seus últimos trabalhos, Migliaccio viveu o personagem Mamede Al Aud, na novela Orfãos da Terra, da emissora Globo, em 2019. O artista também gravou uma participação no filme Hebe, do mesmo ano.

*Com informações da emissora Globo

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