Cultura

“Dia M” comemora aniversário de Marx com palestras, debates e bolo

Veja programação para o aniversário do ‘barbudo mais sem classe da história’

Arte: Editora Boitempo
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Comemorar os 201 anos de um senhor barbudo com palestras, aulas e até bolo poderia soar cômico se o aniversariante não fosse Karl Marx, responsável por redefinir os estudos de economia e luta de classes no mundo.

O chamado “Dia M”, evento realizado nesta sábado 4 para comemorar o nascimento do sociólogo, ressalta que estudá-lo ainda é necessário para a sociedade. “Passados mais de 100 anos de sua morte e do lançamento de ‘O Capital’, ele fez vários prognósticos em função da direção que o capitalismo assumiu”, analisa Jorge Grespan, que é doutor em Filosofia, professor de Teoria da História na Universidade de São Paulo (USP). Para ele, o nome de uma das mesas, chamada “Quem tem medo de Karl Marx?”, é bem apropriado.

Idealizado pela Editora Boitempo, pela Fundação Lauro Campos e Marielle Franco e pela Fundação Friedrich Ebert, o evento possui apoio da Tito Bear e promoção de CartaCapital. A programação conta com uma aula introdutória de “Quem foi Karl Marx?”, ministrada pelo professor Ricardo Antunes, professor da USP e estudioso da sociologia do trabalho no Brasil, além de debates com mais pesquisadores e influenciadores digitais.

Karl Marx nasceu em Trier, na Alemanha, em 1818

“Marx chega para as pessoas como um satanista causador da morte de trilhões de pessoas. Chega assim por conta da internet, do debate raso na mídia, e por muita manipulação através de interpretações equivocadas da sua história e do seu trabalho que geram pânicos morais”, comenta a socióloga e youtuber Sabrina Fernandes, uma das convidadas aos debates.

Para Grespan, aspectos como a mercantilização do mundo e das relações sociais assustam as pessoas por serem espelhos das análises marxistas. As ideias também entram em disputa por serem propriedade dos donos dos meios de produção, segundo a perspectiva de Marx, e atuam a fim de favorecer os grupos dominantes. Nesse cenário, novos espaços de debate, como vídeos e podcasts, podem se configurar como um “caminho de libertação” pelo acesso gratuito e livre e pela linguagem feita para o entendimento.

Ivana Jinkings, diretora da Boitempo, acrescenta que o espaço de aprendizado é também importante pelo contato com outros leitores, editores e autores. “Temos que propagar a literatura além dos muros. Nesse evento, o debate é voltado para um público que quer começar a ler Marx, e que não necessariamente está dentro das universidades”, comenta.

Sabrina Fernandes endossa o papel de difundir diversas vozes em defesa da formação crítica, inclusive em espaços de acolhimento. “Essa parte de se divertir, de confraternizar, também é importante. Ajuda a criar e fortalecer vínculos. Não soltar a mão de ninguém também é isso: fomentar relações prazerosas entre as pessoas”, diz.

“A luta pela educação universal e de qualidade precisa continuar. E a organização das pessoas ao redor das demandas que alertamos no Youtube precisa ser feita do lado de fora. Não é um vídeo que vai salvar o Brasil do Bolsonaro, por exemplo”, complementa a socióloga. 

O aniversário do “barbudo mais sem classe da história” será realizado na sede da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, na Alameda Barão de Limeira, 1400, tem início às 11h30 e possui entrada gratuita. Confira a programação completa abaixo e também no evento oficial do Facebook.

12h – 13h45: Quem foi Karl Marx?

Aula de Ricardo Antunes, mediação de Daniela Mussi

14h – 15h45: Quem tem medo de Karl Marx?

Debate com Jorge Grespan, Silvio Luiz de Almeida e Silvia Viana, mediação de Renata Souza

15h45 – 16h30: Sessão de autógrafos de Marx e a crítica da representação capitalista

16h30 – 18h: Como começar a ler Marx?

Debate com Sabrina Fernandes (Tese Onze), Larissa Coutinho (Revolushow), Jones Manoel (Revolushow) e Humberto Matos (Saia da Matrix), mediação Debora Baldin

18h30: Hora do bolo.

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