Cultura

Art Basel indica mercado de arte em ascensão

Feira de arte de Basileia é considerada a mais rentável do mundo, com a presença de celebridades e obras vendidas a milhões de euros

Visitante diante de obra de Pascale Marthine Tayou, 'Plastic Tree'
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Na Art Basel, feira de arte de Basileia, é possível adquirir tanto uma pintura de Picasso quanto uma obra de Damien Hirst ou uma escultura de Jeff Koons. Até este domingo 23, 284 renomadas galerias de 33 países colocam obras de arte à venda na cidade suíça à beira do rio Reno. O leque de ofertas abrange de arte moderna a contemporânea.

“É um mito isso de que a feira é atraente apenas para milionários e que todos os artistas recebem fortunas.” Com estas palavras, Marc Spiegler, diretor da Art Basel, abriu a coletiva de imprensa da feira deste ano.

Apesar dos tempos de recessão econômica, a disposição para investir em arte está crescendo. Em 2014, as vendas de arte movimentaram 51,22 milhões de euros mundo afora. Em 2004, menos da metade desse valor havia sido investido em feiras, leilões e galerias de arte.

Thaddaeus Ropac é dono de uma galeria austríaca e participa da Art Basel há 30 anos. Neste ano, ele traz obras de Georg Baselitz, Joseph Beuys e Robert Rauschenberg. Ele não recomenda a compra de arte por cobiça especulativa. “Não somos consultores de investimento”, diz ele. “Estamos tentando criar e acompanhar acervos, cuja relevância deve perdurar.”

Nesta edição da feira, a disposição de compra dos colecionadores na Art Basel também parece desenfreada. Os colecionadores e compradores de arte dos museus mais importantes do mundo são convidados a visitar a feira antes do público regular.

Celebridades também costumam marcar presença no evento suíço. Neste ano, o ator Leonardo di Caprio voltou a dar um pouco de glamour à feira de arte. E há obras de milhões de euros à venda – entre elas uma pintura de Mark Rothko, que deve mudar de proprietário por cerca de 45 milhões de euros.

O estande de Ropac foi praticamente esvaziado já nas primeiras duas horas da prévia da feira. Uma obra de Robert Rauschenberg foi vendida por quase um milhão de euros, e um “Georg Baselitz”, por 550 mil euros. A escultura de Beuys e uma obra de Robert Longo também foram vendidas. “Muitas peças são ofertadas aos colecionadores antecipadamente, depois, basta uma breve visita para fechar o negócio”, explica o dono da galeria.

De 800 galerias que se candidataram, 284 foram selecionadas para a Art Basel deste ano. Aquelas que marcam presença na feira são consideradas as grandes do mercado de arte. A participação na Art Basel é uma espécie de gratificação, mas também pode ser um risco, pois um estande custa pelo menos 45 mil euros. Pequenas galerias podem não resistir a um fracasso em Basileia.

O valor do montante das transações na Art Basel permanece um mistério. Afinal, o mercado de arte vive de sua discrição, e quando se trata de números, muita coisa é mantida em segredo. Quando uma obra é vendida, o colecionador pode não autorizar a divulgação do preço que pagou por ela.

Mais uma vez, a Art Basel mostra que o mercado de arte está em ascensão. “É possível notar um interesse enorme, que aumenta ano após ano”, diz Ropac. Cerca de 90 mil visitantes são aguardados nesta edição da feira em Basileia.

  • Autoria Jana Oertel (jvr)

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