COP30
Lula rebate comentário de Merz sobre Belém: ‘Berlim não oferece 10% da qualidade do Pará’
O chanceler da Alemanha disse, na segunda-feira, que todos ‘ficaram contentes’ por terem saído da cidade que sedia a COP30
O presidente Lula (PT) rebateu, nesta terça-feira 18, os comentários depreciativos feitos por Friedrich Merz, chanceler da Alemanha, sobre Belém, no Pará. O chefe do governo do país europeu disse, na véspera, que “todos ficaram contentes” em sair da cidade que sedia a COP30.
Lula, ao responder o político conservador, disse que “Berlim [capital da Alemanha] não oferece 10% da qualidade que oferece o Pará e a cidade de Belém”.
O brasileiro listou uma série de serviços oferecidos na cidade-sede da COP que seriam superiores aos da metrópole europeia. “Ele deveria ter ido em um boteco no Pará, deveria ter dançado no Pará e deveria ter provado a culinária do Pará”, disse. “Eu ainda falava toda hora: ‘come a maniçoba, pô'”.
A declaração de Merz foi dada durante uma audiência no Congresso alemão poucos dias após o europeu participar da COP30 no Brasil, quando se encontrou com Lula e prometeu fazer uma contribuição “significativa” para o Fundo Florestas para Sempre. Aos congressistas, Merz relatava um contato que teve com jornalistas que acompanharam a sua comitiva. Disse ter perguntado aos repórteres se gostariam de ficar no Brasil e que, como resposta, “ninguém levantou a mão”.
A frase já havia repercutido negativamente no governo brasileiro. Horas antes da resposta de Lula, a ministra Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do Planalto, classificou o relato como “esnobe e preconceituoso”. A avaliação foi feita pela petista ao canal de TV CNN Brasil. Termos parecidos foram usados pelo prefeito de Belém, Igor Normando (MDB).
Helder Barbalho (MDB), governador do estado, também já havia tratado do discurso do alemão sobre Belém. Ele usou as redes sociais para rebater a declaração de Merz. “Curioso ver quem ajudou a aquecer o planeta estranhar o calor da Amazônia”, destacou. “Um discurso preconceituoso do chanceler alemão revela mais sobre quem fala do que sobre quem é falado”, completou Barbalho.
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