Os atos golpistas do dia 8 de janeiro completam um mês nesta quarta-feira. Desde então, a busca pelos terroristas, seus financiadores, mentores políticos e até policiais e militares que tenham facilitado a ação segue a todo vapor.
Nesta terça-feira 7, por exemplo, quatro novos suspeitos de participarem, de alguma maneira, das ações que culminaram na destruição das sedes dos Três Poderes foram para a prisão. Todos eles, vale registrar, são policiais militares do Distrito Federal acusados de omissão diante da ação de bolsonaristas terroristas.
Com a detenção dos quatro agentes, o número de presos pela Operação Lesa Pátria, que se instalou na Polícia Federal após os atos, chega a 20. A ação também cumpriu 37 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos golpistas do dia 8 de janeiro. Foi esta operação que levou para trás das grades nomes como Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro e secretário de Segurança do DF naquela ocasião, e Fábio Augusto Vieira, comandante-geral da Polícia Militar naquele 8 de janeiro.
Além dos 20 presos após os atos, há, segundo um levantamento do jornal O Globo, 965 detidos em flagrante no acampamento em Brasília. Eles fazem parte do grupo de mais de 1.400 pessoas levadas para a cadeia logo após os episódios de violência. Deste pessoal, 464 foram liberados da prisão por diferentes motivações. Em todos os casos, porém, os golpistas liberados fazem uso da tornozeleira eletrônica.
Ainda no balanço do primeiro mês após a tentativa de golpe, é válido citar o número de denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República. O órgão intensificou a tentativa de responsabilização dos golpistas após longa trajetória de Augusto Aras como aliado do bolsonarismo. Ao todo, em 30 dias, a PGR denunciou 653 pelas condutas que tiveram naquele 8 de janeiro.
O balanço cita ainda a pouco ação até aqui das Forças Armadas para punir os militares que são acusados de omissão ou até participação nos atos golpistas. Conforme citado nesta terça-feira, apenas 8 apurações preliminares foram instaladas no Ministério Público Militar sobre o tema. No Exército, apenas uma sindicância foi aberta, além de um Inquérito Policial Militar (IPM). O alvo principal é o tenente-coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora, que cantou o hino brasileiro ao lado de bolsonaristas que invadiram o Palácio do Planalto naquele 8 de janeiro. Naquela ocasião, ele ocupava o posto de chefe do Batalhão da Guarda Presidencial. Há um sargento não nomeado, que integrava o mesmo batalhão, na mira dessa apuração.
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