CartaExpressa
Toffoli segue a PGR e arquiva investigações da CPI da Covid contra Bolsonaro
De acordo com a vice-procuradora Lindôra Araújo, as conclusões da comissão não forneceram indícios que justificassem a abertura de inquérito


O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República e arquivou, nesta quarta-feira 1º, duas investigações preliminares abertas a partir de pedidos da CPI da Covid contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e aliados do antigo governo.
De acordo com a manifestação da PGR, assinada pela vice-procuradora-geral Lindôra Araújo, as conclusões da CPI não forneceram indícios que justificassem a abertura de inquéritos para apurar os crimes de “causar epidemia” e infração de medida sanitária preventiva.
Nos despachos, Toffoli argumentou que, como cabe à PGR opinar sobre a abertura de eventuais inquéritos, as ações deveriam ser encerradas.
“Se, dos fatos narrados e suas eventuais provas, apresentados, agora, à autoridade a quem compete investigar e representar por abertura de inquérito perante esta Suprema Corte, não visualizou a Procuradoria-Geral da República substrato mínimo para tais medidas, deve-se acolher seu parecer pelo arquivamento”, escreveu.
Além de Bolsonaro e Pazuello, uma das investigações mirava os ex-ministros Walter Braga Netto, Marcelo Queiroga e Wagner Rosário, além do deputado Osmar Terra (MDB-RS).
O relatório final da CPI, de autoria do senador Renan Calheiros (MDB-AL), acusou Bolsonaro de cometer nove crimes durante a pandemia.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

A prioridade de Lula nas reuniões com deputados e senadores
Por Alisson Matos
Aplicativos exploram os trabalhadores como eles jamais foram explorados, diz Lula a sindicalistas
Por Wendal Carmo