CartaExpressa
Tebet se diz ‘espantada’ com Moro na equipe de Bolsonaro em debate: ‘Não dá para ir cada hora para um lado’
A senadora afirmou que Moro tinha, como juiz, de ser ‘imparcial’, mas ‘as últimas medidas tornaram as decisões dele pelo menos controversas’
A senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada na eleição presidencial deste ano, criticou na noite desta segunda-feira 17 a presença de Sergio Moro, senador eleito pelo União Brasil no Paraná, ao lado de Jair Bolsonaro (PL) no debate da TV Band, no domingo 16.
A reaproximação conclui uma reviravolta na trajetória de Moro. Nos últimos meses, o ex-juiz fez uma série de graves acusações a Bolsonaro – de “ladrão” a “indigno da Presidência”.
Na noite desta segunda, Tebet participou de uma agenda na casa da ambientalista Teresa Bracher, em São Paulo, com a presença do economista Armínio Fraga e da deputada federal Marina Silva (Rede-SP). O evento ainda contou com a participação de empresários e de nomes do mercado financeiro que apoiaram a emedebista em 2 de outubro. No segundo turno, ela está ao lado de Lula (PT).
“O ex-ministro Sergio Moro cometeu vários equívocos. Ele não é da política e, ao não ser da política, é natural, está aprendendo a fazer política. Mas há vários equívocos”, disse Tebet no encontro. “Na política, a gente precisa ter lado e marcar posição, não dá para ficar indo cada hora para um lado.”
A ex-presidenciável também afirmou que Moro, no exercício da magistratura, tinha de ser “acima de tudo imparcial”, mas “as últimas medidas tornaram as decisões dele pelo menos controversas”.
“Esse último gesto [ir ao debate como ‘assessor’ de Bolsonaro] me espantou um pouco. Não sei até que ponto vai trazer algum voto para o presidente Bolsonaro, mas sabedoria popular também está aí. Não acredito que isso vá mexer nesse tabuleiro.”
Relacionadas
CartaExpressa
TRE do Paraná não afastará desembargadora que já apareceu em foto com Moro
Por CartaCapitalCartaExpressa
Governo inaugura nova fábrica da Hemobras em Pernambuco, com foco em biotecnologia
Por CartaCapitalCartaExpressa
Banqueiros não precisam do Estado, mas exigem superávit primário, ironiza Lula
Por CartaCapitalCartaExpressa
Toffoli dá a diretor da Braskem o direito de ficar calado em CPI
Por CartaCapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.