TCU abre investigação sobre gastos em duplicidade no cartão corporativo do governo Bolsonaro

'Uma verdadeira farra com dinheiro público, e essa situação precisa ser apurada', diz o deputado Elias Vaz, que denunciou as supostas irregularidades

Jair Bolsonaro na Cúpula das Américas 2022, em Los Angeles. Foto: Jim WATSON/AFP

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O Tribunal de Contas da União abriu um procedimento para investigar supostos gastos em duplicidade nos cartões corporativos do governo de Jair Bolsonaro.

A Corte acolheu um pedido do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), responsável por acusar a gestão federal de cometer as irregularidades. A relatoria do processo ficará a cargo do ministro Antonio Anastasia.

Vaz afirma ter identificado despesas que constam, simultaneamente, de faturas do cartão e de contratos firmados pela União para os mesmos serviços.

“Bolsonaro está dizendo que o cartão corporativo fica caro por causa da equipe de segurança dele. Mas é uma contradição, porque detectamos cobranças de despesas de viagem de forma paralela no mesmo período”, diz Elias Vaz. “É uma verdadeira farra com dinheiro público, e essa situação precisa ser apurada.”

Segundo o deputado do PSB, os militares que cuidam da segurança de Bolsonaro e de Mourão receberam, entre janeiro de 2020 e maio de 2022, 10.767.281,13 reais em diárias. No mesmo período, diz o parlamentar, o governo pagou 12.154.944,08 reais à empresa Miranda Turismo e Representações Ltda para fornecimento de passagens.

“Se eles recebem a passagem porque o governo tem contrato para isso (…), como é que os seguranças do Bolsonaro estão inflando o cartão corporativo?”, questiona Vaz. “Essa situação é no mínimo muito estranha. Há sérios indícios de que o cartão vem sendo usado pra bancar viagens de lazer, caronas para parentes e amigos do Bolsonaro e alimentação de luxo.”


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7 comentários

Olésio Souza 11 de junho de 2022 05h20
E Lula de novo
Olésio Souza 11 de junho de 2022 05h19
Lula Lá, e que ele não perca, como já perdeu, a oportunidade de entrar prá História. Lula, Lula e Lula
Olésio Souza 11 de junho de 2022 05h14
Quem dilapida o cofre público pode ser menos sujeito à lei do que aquele que furta um pâo? Um que furta um pão fica meses e até anos na cadeia. Por quê esta distinção? Não vivemos em um Estado Democrático de Direito. Onde o Democrático e, principalmente, onde o Direito?
Olésio Souza 11 de junho de 2022 05h07
A lei brasileira é clara. Lugar de ladrão é na cadeia. Ou a Lei é só enfeite?
Olésio Souza 11 de junho de 2022 05h05
Ou não? Será que lugar de ladrão é viver no bem bom com dinheiro público? Lugar de ladrão é ter liberdade para o escárnio? Lugar de ladrão é ter liberdade prá tirar onda???
Olésio Souza 11 de junho de 2022 05h01
Lugar de ladrão é na cadeia
Olésio Souza 11 de junho de 2022 04h50
Demorou, hein?

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