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STJ rejeita denúncia contra Wilson Lima, mas governador do AM segue réu por compra de respiradores

Os ministros descartam denúncia sobre transporte, mas investigam potenciais desvios na compra dos aparelhos por meio de uma importadora de vinhos

STJ rejeita denúncia contra Wilson Lima, mas governador do AM segue réu por compra de respiradores
STJ rejeita denúncia contra Wilson Lima, mas governador do AM segue réu por compra de respiradores
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil) – Foto: Secom/AM
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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou, por oito votos a três, uma denúncia contra o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil) em investigação relacionada a supostos desvios de verbas no transporte de respiradores durante a pandemia de Covid-19. No entanto, Lima continua réu em outro processo que envolve a compra desses aparelhos.

A denúncia arquivada pelo STJ havia sido apresentada pelo Ministério Público Federal e acusava o governador e outros membros de seu governo de direcionar irregularmente 191,8 mil reais para o transporte aéreo de quatro respiradores. O relator do caso, ministro Francisco Falcão, votou pelo recebimento da denúncia, mas foi acompanhado por apenas duas ministras. Já o ministro Raul Araújo abriu divergência, argumentando que não havia indícios suficientes para a ação penal, e teve o respaldo de outros sete ministros.

Apesar dessa vitória parcial, Lima ainda responde a uma outra acusação do MPF, que envolve a compra de 28 respiradores de uma importadora de vinhos, sem licitação. Segundo as investigações, uma empresa de equipamentos hospitalares vendeu os aparelhos para a importadora por 2,4 milhões de reais, e, no mesmo dia, o governo do Amazonas adquiriu os mesmos produtos dessa empresa por 2,9 milhões de reais, um sobrepreço de 500 mil reais.

O governador é acusado de organização criminosa, embaraço às investigações, fraude e dispensa irregular de licitação, além de peculato. O caso ainda aguarda julgamento.

Em nota enviada a CartaCapital, o governo do Amazonas destacou que na época da pandemia “havia uma corrida contra o tempo” para buscar equipamentos, e que isso foi levado em conta pelos juízes do STJ no caso da investigação sobre os transportes.

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