O conteúdo da reunião promovida por Jair Bolsonaro nesta segunda-feira 18 não traz novidades, mas o encontro se torna grave por envolver um convite a diplomatas de outros países. A tímida reação ao final da apresentação, por outro lado, indica que o plano original do presidente falhou. A avaliação é do cientista político Cláudio Couto, da FGV-EAESP.
O ex-capitão reuniu embaixadores em Brasília para repetir fake news sobre as urnas eletrônicas e reiterar suas ameaças ao processo eleitoral.
“Como o presidente convida representantes de outros países para uma reunião a fim de desacreditar o sistema de votação? É uma loucura completa”, avaliou Couto em contato com CartaCapital.
Para o cientista político, porém, a presença de militares como o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o ex-ministro Walter Braga Netto e o presidente do Superior Tribunal Militar, Lúcio Mário de Barros Góes, mostra o alinhamento de seguimentos das Forças Armadas ao discurso “tresloucado” de Bolsonaro.
“Talvez o presidente do STM não tenha recusado o convite justamente por causa desse alinhamento, porque poderia ser repreendido pelo ministro da Defesa – ele é ministro do STM, mas é um militar. Ou talvez seja concordância. A presença dos militares é um dado preocupante.”
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