O senador Renan Calheiros (MDB-AL) descartou a possibilidade de o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anistiar Jair Bolsonaro (PL) por supostos crimes cometidos durante a pandemia. A declaração foi feita nesta segunda-feira 14, em entrevista ao portal UOL.
Para Renan, o ex-capitão estaria “desesperado” em busca de um “acordo de não punição” no âmbito de investigações abertas a partir da CPI da Pandemia. “Bolsonaro está apavorado, querendo uma anistia, um acordo de não punição. Mas isso, na circunstância em que ele criou no Brasil, é difícil de acontecer”, disse.
O parlamentar também criticou a atuação da Procuradoria-Geral da República, que chegou a pedir o arquivamento de investigações que miram Bolsonaro e outras autoridades. “O tratamento que a Procuradoria-Geral da República deu à investigação da CPI é um absurdo”, declarou. “Bolsonaro foi denunciado por nove crimes, e a procuradoria já o isentou em oito. Mas ele é acusado de crimes contra a humanidade. Esses crimes são imprescritíveis, transnacionais, isso não ficará sem ser investigado”, afirmou Calheiros.
No último dia 7, a PGR voltou a pedir o arquivamento de procedimentos abertos para apurar as condutas do ex-capitão. No parecer enviado ao STF, o Ministério Público Federal diz que a conduta praticada por Bolsonaro teria ocorrido “dentro dos limites da liberdade de manifestação de pensamento e política e sem qualquer conteúdo alusivo à prática de crimes”.
Segundo a CPI, o ex-capitão e aliados teriam incitado os brasileiros a desrespeitarem medidas sanitárias preventivas ao disseminarem informações falsas sobre o novo coronavírus, o uso de máscaras, o isolamento social e a eficácias das vacinas, além da defesa do tratamento precoce e da imunidade de rebanho.
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