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Quem é Esperidião Amin, escolhido como relator do PL da Dosimetria no Senado
Veterano da política catarinense e ex-governador de SC assume papel central na análise do projeto que reduz penas dos golpistas do 8 de Janeiro
O senador Esperidião Amin (PP-SC) foi confirmado pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Otto Alencar (PSD-BA), como o relator do PL da Dosimetria no Senado. O projeto, aprovado na Câmara na madrugada desta quarta-feira 10, recalcula e reduz as penas impostas aos golpistas de 8 de Janeiro.
Amin já foi governador de Santa Catarina, prefeito de Florianópolis e ocupa assento no Senado pela segunda vez. Formado em administração e direito, transita entre diferentes grupos ideológicos na Casa. Agora, assume a missão de apresentar o relatório do PL na CCJ, o que deve ocorrer já na próxima quarta-feira 17, em uma tramitação acelerada após a aprovação expressiva na Câmara.
Se, por um lado, o protagonismo na análise de uma das pautas mais sensíveis do Congresso recoloca Amin no centro da cena política nacional, por outro expõe um dos momentos de maior incerteza eleitoral de sua carreira. No tabuleiro catarinense, dominado hoje pelo bolsonarismo, ele tem sido preterido nas articulações para a eleição ao Senado em 2026, disputa na qual pretendia buscar a reeleição.
O PL apresenta como prováveis candidatos ao Senado em Santa Catarina dois nomes do núcleo duro do bolsonarismo: Carlos Bolsonaro, que tenta transferir seu capital político do Rio de Janeiro para o estado, e a deputada federal Caroline de Toni, uma das principais porta-vozes do bolsonarismo catarinense.
Ambos aparecem bem em pesquisas quando testados contra Amin e estão em posição privilegiada nas negociações internas e nas sinalizações de apoio de Jair Bolsonaro. Na prática, a construção para 2026 acaba empurrando o atual senador para fora da chapa competitiva e abrindo a possibilidade real de que ele não consiga viabilizar sua reeleição.
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