O PSD, de Gilberto Kassab, e o PDT, de Carlos Lupi, decidiram ‘em comum acordo’ desfazer a aliança para compor uma chapa única dos partidos na disputa pelo governo do Rio de Janeiro. A união havia sido anunciada há cerca de dois meses e tinha como objetivo lançar a dupla Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói, e Felipe Santa Cruz (PSD), ex-presidente da OAB, como ‘terceira via’ no estado.
A informação foi confirmada por Santa Cruz ao jornal Valor Econômico neste sábado 9. Segundo o político, o rompimento foi motivado por uma divergência na escolha do cabeça de chapa. As candidaturas, conforme explicou, novamente seguirão caminhos separados e só voltarão a se unir caso o PDT tope ser vice e não cabeça de chapa. O encontro que selou o fim da composição foi realizado entre Lupi e o prefeito do RJ, Eduardo Paes (PSD).
“A gente tomou essa decisão, não de abandonar a ideia de aliança, mas a gente agora aceita a aliança desde que o PSD esteja na cabeça dela”, disse. “Na medida em que há o impasse, os dois lados estão liberados para fazer sua campanha”, acrescentou Santa Cruz.
A ideia inicial, dizia-se, era lançar como candidato o nome que estivesse mais bem colocado nas pesquisas eleitorais. No levantamento mais recente, divulgado pelo instituto Datafolha na quinta-feira 7, Neves soma 7% das intenções de voto e Santa Cruz apenas 3%. Os índices representam um empate técnico na margem de erro da pesquisa. Numericamente quem lidera a disputa é Marcelo Freixo (PSB) com 22%, tecnicamente empatado com o bolsonarista Cláudio Castro (PL), com 18%.
Agora, segundo Santa Cruz, o PSD fluminense tentará se unir ao PSDB e Cidadania, que já integram uma federação. Para ele, o PDT, se quiser, poderá ser integrado ao grupo, mas não mais como cabeça de chapa.
“PSD, PSDB e Cidadania já é um bom bloco para a gente ocupar o campo de centro. E sigo na esperança de que o PDT ainda virá apoiar, mas vamos botar o nosso bloco na rua, respeitando a decisão do PDT”, destacou.
A federação formada entre os dois partidos e cortejada por Santa Cruz ainda não apresentou um candidato viável ao cargo de governador no Rio de Janeiro. Vale lembrar ainda que a união entre o PDT e o PSD não era uma aliança nacional, ou seja, o PSD, que ainda busca um candidato próprio ao Planalto, não estaria no palanque de Ciro Gomes. Na ocasião do acordo, no entanto, a ideia de Lupi era que o acordo regional abrisse espaço para a ampliação de uma negociação neste sentido.
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