O Procon afirmou nesta terça-feira 19 que irá multar a rede de supermercados Extra por discriminação e método vexatório de cobrança. A medida foi tomada depois que uma cliente do Extra Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo, denunciou a entrega de bandejas de carne vazias aos clientes, até que o pagamento fosse feito nos caixas.
Em relato veiculado em uma rede social, a educadora Fabiana Ivo contou ter recebido uma bandeja vazia com o código de barras ao comprar carne no açougue da loja. A entrega do alimento, explicou, ficou condicionada ao pagamento. Ao questionar uma funcionária, teria ouvido que o objetivo do procedimento seria ‘evitar roubo’.
“Isso é uma afronta a toda a população das quebradas, duvido que o mesmo aconteça no Extra do Morumbi”, criticou Fabiana.
Clientes de lojas do Extra dos bairros Piraporinha, Avenida Cupecê, Cohab 2 e Belezinho, além de unidades em Santo André e Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, corroboram essa percepção.
Segundo o diretor do Procon, Fernando Capez, se for comprovado que a prática era adotada em unidades da rede, a autuação poderá ser feita com base no faturamento global e chegar a R$ 10,9 milhões.
“É inaceitável critérios de discriminação, em razão do local ou porque qualquer outro critério. Se em outros estabelecimentos, em outros bairros, não existe esse tipo de exigência, não se justifica que a população do Jardim Ângela seja submetida a um vexame”, disse o diretor em um vídeo divulgado pelo Procon nesta terça.
Em nota, o Extra afirmou que a prática não é pontual, mas também “não faz parte de sua política de atendimento”. A empresa falou em “falha de procedimento”. Ainda de acordo com o Extra, toda a rede “tomou providências para que a prática fosse imediatamente descontinuada”.
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