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Prevent Senior se compromete com o MP a interromper o uso do ‘kit Covid’
Outra mudança significativa é o veto a alterações no código de diagnóstico dos pacientes em documentos internos


A Prevent Senior se comprometeu com o Ministério Público de São Paulo a interromper a distribuição do chamado ‘kit Covid’, composto por medicamentos ineficazes, a pacientes que contraíram a doença.
O documento foi assinado em meio a acusações, apresentadas à CPI da Covid, que vão da prescrição de remédios sem eficácia à ocultação de óbitos pela doença.
O acordo assinado também prevê a proibição de tratamentos experimentais sem autorização prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e a instituição de um ombudsman, que fiscalizará os procedimentos do plano de saúde e recolherá sugestões de clientes.
Outra mudança significativa é o veto a alterações no código de diagnóstico dos pacientes em documentos internos. Um dossiê produzido por médicos da Prevent Senior e entregue à comissão no Senado indica que a operadora orientava médicos a modificar, após algumas semanas de internação, o CID dos pacientes com Covid-19.
Na sessão de 22 de setembro, senadores reproduziram uma mensagem que consta do dossiê. Nela, um diretor mencionava suposta necessidade de “padronizar” o código.
“Após 14 dias do início dos sintomas (pacientes de enfermaria/apto) ou 21 dias (pacientes com passagem em UTI/Leito híbrido), o CID deve ser modificado para qualquer outro exceto o B34.2 (código da Covid-19) para que possamos identificar os pacientes que já não tem mais necessidade de isolamento. Início imediato”, dizia a mensagem.
Na negociação com o MP, a Prevent Senior não concordou, porém, com a criação de um conselho gestor para atuar em todas as unidades da rede, a fim de deliberar sobre políticas de saúde.
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