A Prefeitura de São Paulo não cumpriu a promessa de entregar 465 mil tablets aos estudantes da rede municipal para que estudassem em casa em 2021. O anúncio, feito em agosto do ano passado, foi parcialmente cumprido: 200 mil aparelhos foram entregues segundo apurou reportagem do UOL. Boa parte dos aparelhos encontra-se estocado, sem chips e, portanto, sem condições de uso.
Questionada, a Secretaria Municipal de Educação não justificou o atraso na entrega, apenas disse que “os equipamentos são distribuídos aos alunos após montagem, programação, testes e ativação do sistema de monitoramento de conteúdo”.
A entrega foi anunciada ainda pelo prefeito Bruno Covas, que faleceu em maio deste ano, vítima de um câncer no sistema digestivo. Segundo ele, os aparelhos seriam entregues até o início de 2021.
O contrato de 437 milhões e reais foi assinado em novembro de 2020 com a empresa Multilaser, enquanto o edital para fornecer os chips de acesso à internet foi fechado em janeiro com a Claro (111,7 milhões) e a Oi Móvel (13,9 milhões).
Diante o cenário de atraso, em abril, a bancada feminista do PSOL entrou com uma ação civil pública na Câmara Municipal. À época, a Justiça concedeu uma liminar pedindo que os aparelhos fossem entregues em até dez dias. O município, no entanto, recorreu da decisão e a liminar foi suspensa. A Justiça pediu a opinião do Ministério Público antes de marcar uma nova audiência, ainda sem data.
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