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‘Vergonhosa página da diplomacia de Israel’, diz chanceler brasileiro sobre acusações contra Lula
Para Mauro Vieira, declarações do governo Netanyahu ‘são inaceitáveis na forma e mentirosas no conteúdo’
O chanceler Mauro Vieira afirmou que a diplomacia de Israel escreveu uma “vergonhosa página” ao acusar o presidente Lula (PT) “com recurso a linguagem chula e irresponsável”. Ele classificou como “algo insólito e revoltante” a conduta de Tel Aviv após o petista comentar os ataques contra a Faixa de Gaza.
As declarações de Vieira foram proferidas no Rio de Janeiro, na saída da Marina da Glória, local das reuniões do G20.
Pouco antes, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta (PT), havia afirmado que o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, “distribui conteúdo falso” sobre Lula.
Em publicação no X nesta terça-feira 20, Katz acusou Lula de “comparar Israel a Hitler” e disse que as afirmações do petista sobre a ofensiva contra Gaza são uma “vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros”.
Já o perfil oficial do Estado de Israel na rede social alegou que Lula teria negado o Holocausto.
“As manifestações do titular da chancelaria do governo Netanyahu, de ontem e de hoje, são inaceitáveis na forma e mentirosas no conteúdo”, reagiu Mauro Vieira. “Katz distorce posições do Brasil para tentar tirar proveito em política doméstica.”
Segundo o chanceler, Katz atacou o País em público, mas, em conversa reservada com o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, “afirmou ter grande respeito pelos brasileiros e pelo Brasil, que definiu como a mais importante nação da América do Sul”.
“Além de tentar semear divisões, busca aumentar sua visibilidade no Brasil para lançar uma cortina de fumaça que encubra o real problema do massacre em curso em Gaza, onde 30 mil civis palestinos já morreram, em sua maioria mulheres e crianças, e a população submetida a deslocamento forçado e a punição coletiva.”
Mauro Vieira ainda afirmou que a situação em Gaza tem levado a um crescente isolamento internacional do governo de Benjamin Netanyahu.
“É este isolamento que o titular da chancelaria israelense tenta esconder. Não entraremos nesse jogo. E não deixaremos de lutar pela proteção das vidas inocentes em risco. É disso que se trata.”
No domingo 18, durante passagem por Adis Adeba, na Etiópia, Lula afirmou: “É importante lembrar que em 2010 o Brasil foi o primeiro país a reconhecer o Estado palestino. É preciso parar de ser pequeno quando a gente tem que ser grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.
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