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‘Piada de mau gosto’, diz líder dos caminhoneiros sobre auxílio diesel de Bolsonaro
Segundo as lideranças, os R$ 400 oferecidos pelo governo não atende nenhuma das reivindicações da categoria
Lideranças de caminhoneiros, que preparam uma greve geral da categoria no dia 1º de novembro caso o preço do diesel não caia, avaliaram negativamente a oferta de auxílio oferecida por Jair Bolsonaro nesta quinta-feira 21. O presidente ainda não oficializou o valor da ajuda, mas fontes do Planalto indicaram que o auxílio aos caminhoneiros deve ser de 400 reais e o pagamento deve iniciar apenas em dezembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A oferta, no entanto, não agradou quem comanda a categoria. Conhecido popularmente como Chorão, o caminhoneiro Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores, chamou a ajuda oferecida por Bolsonaro de ‘piada de mau gosto’ e explicou que o valor não atende nenhuma das reivindicações da categoria.
“Caminhoneiro autônomo não faz nada com 400 reais com o diesel na média de 4,80. O caminhão percorre 2 quilômetros por litro. Esse valor pagaria 83 litros de diesel, o que daria para 160 quilômetros”, avaliou Landim.
O líder garante que a greve geral da categoria está mantida. “O que caminhoneiro vai fazer com 400 reais com o preço de combustível atrelado à paridade de importação? Continuamos cobrando estabilidade dos preços, um fundo de colchão para amenizar volatilidade. 400 reais não suprem nossas demandas”, destacou.
Os caminhoneiros pedem, além da mudança na política de preços praticados, o retorno da aposentadoria especial com 25 anos de contribuição e a aprovação de uma tabela nacional de preço mínimo de frete.
A greve do dia 1º de novembro conta com o apoio do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), além de outras associações de caminhoneiros.
Ainda não há data para o anúncio oficial do auxílio aos caminhoneiros. Estima-se que 750 mil motoristas recebam a ajuda de custo oferecida pelo governo federal, que precisará de 4 bilhões para custear o programa.
O valor final e a definição orçamentária precisam passar pelo Congresso Nacional. Ao jornal, o deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, disse que os parlamentares do grupo ainda não foram informados oficialmente sobre o auxílio.
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