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PF faz nova operação para investigar desvio de recursos da Codevasf, comandada pelo Centrão

Buscas e apreensões, autorizadas pelo STF, estão concentradas no Maranhão

Foto: Divulgação/PF
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A Polícia Federal cumpre, na manhã desta sexta-feira 1, doze mandados de busca e apreensão em cidades do Maranhão como parte das investigações sobre desvios de recursos federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), comanda pelo Centrão.

As identidades dos alvos ainda não foram reveladas pela PF, mas um dos alvos é Luanna Rezende, irmã do ministro das Comunicações Juscelino Filho e prefeita de Vitorino Freire. A PF, no entanto, não confirma publicamente a informação e se limita a dizer que as buscas atingem pessoas que ocupam cargos públicos.

“A presente fase [da operação] alcança o núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense”, diz a nota da corporação.

Além das buscas, diz ainda a PF, “também estão sendo cumpridas medidas cautelares diversas da prisão, tais como afastamento da função pública, suspensão de licitações e vedação da celebração de contratos com órgãos públicos, bem como ordens de indisponibilidade de bens”. Tudo foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal, mas o inteiro teor da decisão, informa a Corte, está em sigilo.

Os 12 mandados são cumpridos nos municípios de São Luís, Vitorino Freire e Bacabal, todos no Maranhão. Essa é a terceira ostensiva da PF para investigar o esquema de desvio dos recursos provenientes de emendas parlamentares. As duas primeiras ocorreram em julho e em outubro de 2022, nas operações Odoacro I e II. As investigações começaram em 2021. A operação desta sexta recebeu o nome de Benesse.

São investigados, neste momento, os crimes de fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva. O caso tem relação direta com o orçamento secreto.

A Codevasf, em nota, informou que “colabora com o trabalho das autoridades desde a primeira fase da operação” e que, recentemente, demitiu um funcionário envolvido nas irregularidades após conduzir uma investigação interna. No comunicado, ela não forneceu o nome do servidor desligado no caso.

Em nota, o ministro Juscelino Filho reforçou não ser alvo da operação desta sexta e indicou que o inquérito “servirá justamente para esclarecer os fatos e demonstrar que não houve qualquer irregularidade”. No comunicado, ele defendeu as emendas parlamentares como um “instrumento legítimo e democrático do Congresso Nacional”.

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