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PF diz que post antissemita no Telegram influenciou ataque a escola em Aracruz

O autor do atentado usou referências do material compartilhado no grupo extremista para cometer o ataque

Foto: Reprodução
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Em um relatório da Polícia Federal, foi constatado que o responsável pelo atentado na escola na cidade de Aracruz (ES) em 2022, que matou quatro pessoas e deixou outras 12 feridas, usou material antissemita compartilhado no Telegram para cometer o ataque. 

As informações são da colunista Bela Megale, do O Globo. 

O delegado Leopoldo Soares Lacerda, que conduz a investigação, informou à Justiça que a plataforma não forneceu todos os dados completos sobre grupos neonazistas, o que culminou na atual suspensão da plataforma no País

O documento da corporação mostra que o autor do crime “se inspirou no material compartilhado no aplicativo para cometer o ato de extremismo violento”. 

Dentre os conteúdos que foram encontrados no aparelho celular do menor, estão compartilhamento de textos com conteúdos de como “matar pessoas com as mãos nuas” e manuais de suicídio, com interações nos grupos do Telegram. 

Além disso, foram coletadas fotos do autor do crime, ao qual é possível “notar as semelhanças entre o comportamento e vestimenta utilizados por ele e o estereótipo dos materiais compartilhados no grupo“, explica Lacerda.

O celular do jovem ainda continha fotos dele com o livro de Adolf Hitler, além de material nazista. “Com efeito, o menor infrator, no dia do ataque, utilizou uma suástica nazista no seu uniforme, o que demonstra a influência recebida do canal do Telegram”, afirma o relatório.

Lacerda esclarece que “os administradores tanto do nefasto canal como do chat são os principais investigados”. Segundo ele, “além de reunir adeptos para compartilhamento de mensagens de ódio, são os responsáveis pela disponibilização do material neonazista e de extremismo violento baixado pelo menor infrator em seu celular”. 

Até o momento, por conta da recusa da plataforma em fornecer os dados telefônicos dos usuários, não foi possível que os administradores do canal antissemita fossem identificados.

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