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Pela primeira vez, Americanas cita fraude em balanço e culpa antiga diretoria

A empresa revelou em janeiro a descoberta de inconsistências contábeis da ordem de cerca de R$ 20 bilhões, que a fez pedir recuperação judicial

Foto: Mauro Pimentel/AFP
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Um fato relevante divulgado pela empresa Americanas, nesta terça-feira 13, aponta que as demonstrações financeiras da companhia, que se encontra me processo de recuperação judicial, vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior. Esta é a primeira vez que a varejista cita oficialmente a conclusão de que houve fraude no seu balanço.

O documento cita “esforços da diretoria anterior das Americanas para ocultar do Conselho de Administração e do mercado em geral a real situação de resultado e patrimonial da Companhia”.

São elencadas entre as ações, por exemplo, a contratação de uma série de financiamentos para gerar o caixa necessário para a continuidade das operações da companhia “sem as devidas aprovações societárias” e a contabilização inadequada no balanço patrimonial da empresa o que, segundo o fato relevante, “não permitiu a correta determinação do grau de endividamento da companhia ao longo do tempo”.

O documento cita, ainda, operações de financiamento de compras (risco sacado, forfait ou confirming) de 18,4 bilhões de reais, em números preliminares e não auditados; e Operações de financiamento de capital de giro de 2,2 bilhões de reais, em números preliminares e não auditados.

Em outro trecho, o documento divulgado ao mercado aponta que foi identificado o lançamento de redutores da conta de fornecedores oriundos de juros sobre operações financeiras, que deveriam ter transitado pelo resultado da Companhia ao longo do tempo, totalizando, em números preliminares e não auditados, o saldo de 3,6 bilhões de reais em 30 de setembro de 2022.

Segundo o documento, assinado pela Diretora Financeira e de Relações com Investidores, Camille Loyo Faria, estariam envolvidos com a fraude descrita o ex-CEO Miguel Gutierrez, os ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e os ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes.

A Americanas revelou em janeiro a descoberta de inconsistências contábeis da ordem de cerca de 20 bilhões de reais. O rombo contábil iniciou uma crise na empresa que a fez pedir recuperação judicial. O caso é apurado, inclusive, em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados.

Leia a íntegra do fato relevante publicado nesta terça-feira:

Fato Relevante – Desligamento de diretoria afastada após relatório demonstrar fraude nas demonstrações financeiras

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