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Pediatras repudiam foto de Bolsonaro com criança e réplica de fuzil: ‘Está em jogo a integridade emocional’

‘Não é por acaso que a cada 60 minutos uma criança ou adolescente morre em decorrência de ferimentos por arma de fogo no Brasil’

Pediatras repudiam foto de Bolsonaro com criança e réplica de fuzil: ‘Está em jogo a integridade emocional’
Pediatras repudiam foto de Bolsonaro com criança e réplica de fuzil: ‘Está em jogo a integridade emocional’
Foto: Reprodução
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A Sociedade Brasileira de Pediatria repudiou, nesta sexta-feira 1º, um episódio protagonizado na véspera por Jair Bolsonaro. Durante evento em Belo Horizonte (MG), o presidente posou ao lado de uma criança vestida de policial militar segurando um rifle de brinquedo.

“A SBP lamenta que cenas como as exibidas às vésperas do Mês da Criança sejam cada vez mais frequentes. Não se trata de uma discussão ideológica ou sobre a liberdade da posse, ou não, de arma pelos adultos. O que está em jogo é a vida e a integridade física e emocional de milhares de crianças e adolescentes. Por isso, os pediatras conclamam as autoridades para uma profunda reflexão sobre os efeitos destas ações de mídia e de marketing, que devem se basear na legislação e na ética, e nunca serem maiores que o compromisso com a dignidade da população brasileira”, diz trecho da nota.

Na cerimônia em BH, ao ser filmado, Bolsonaro tomou o rifle das mãos do menino e o exibiu, como se atirasse para o alto. “Estou com quase 70 anos, quando eu era moleque eu brincava com isso, com arma, com flecha, com estilingue. Assim foi criada a minha geração e crescemos homens fortes, sadios e respeitadores”, disse o ex-capitão.

Segundo a SBP, “vale lembrar, também, dos efeitos negativos que as armas de brinquedo surtem sobre o desenvolvimento e a construção do caráter enquanto cidadão do futuro”.

“Ao contrário dos adultos, elas são incapazes de distinguir entre uma arma real e armas de brinquedo. Estudo recente mostrou que quase 60% dos integrantes de um grupo de crianças com idades entre 7 e 17 anos não souberam distinguir armas reais de armas de brinquedo. Não é por acaso que a cada 60 minutos uma criança ou adolescente morre em decorrência de ferimentos por arma de fogo no Brasil”.

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